Respostas para as perguntas no site
Abaixo você encontra as respostas para todas as perguntas que recebo nesse site, via email, ou que respondo em forum de música como o Cifraclub. Para as respostas das perguntas publicadas no grupo do Facebook: “Dúvidas de Guitarra e Violão” acesse aqui.
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Wenes Ramos…
Pergunta: Hoje estava estudando a escala menor harmônica e li que nessa escala tem o ciclo tonal, não entendi bem como funciona a sua formação e queria que você me explicasse de forma um pouco mais detalhada.
Resposta: Primeiro – Ciclo tonal: é um conceito que surge com o princípio da tonalidade onde a música gira em torno de uma tônica. Conseguimos separar 3 categorias de acordes – o acorde tônico que será o ponto de partida ou chegada, estável e pouco tenso. O acorde subdominante que promove movimento, distanciamento da sensação de repouso. E o acorde dominante, que tem na sua formação a quarta e a sétima da escala maior (trítono – distância de 3 tons), que é um acorde de alta tensão que costuma resolver no acorde tônico – repouso.
O ciclo tonal é exatamente esse tipo de movimento harmônico, onde temos um ponto de partida, a música desenvolve, chega num ápice e resolve – como um ciclo.
Observe a figura abaixo:
Numa música onde o tom é maior temos a seguinte classificação das funções:
- Acordes tônicos: Graus 1, 3 ou 6 do campo harmônico.
- Acordes subdominantes: Graus 2 ou 4 do campo harmônico.
- Acordes dominantes: Graus 5 ou 7 do campo harmônico.
Exemplo em C maior…
Campo: C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)
- Acordes tônicos: C7M, Em7 ou Am7.
- Acordes subdominantes: Dm7 ou F7M.
- Acordes dominantes: G7 ou Bm7(b5).
Uma representação do ciclo poderia ser feita da seguinte forma:
Tônico -> Subdominante -> Dominante -> Tônico
I – IV – V7 – I
C7M -> F7M -> G7 -> C7M
É importante salientar que o acorde dominante possui esse alto grau de tensão decorrente do trítono dentro da sua estrutura, observe:
G7 possui as notas G, B, D e F. Entre B e F existe uma distância de 3 tons (trítono) que é um intervalo bastante dissonante. Costumamos resolver esse trítono da seguinte forma: a nota B vai para a nota C e a nota F vai para a nota E. Quando o acorde de C é colocado após o acorde de G7 conseguimos satisfazer essa resolução pois o acorde de C possui as notas C e E na sua estrutura.
CAMPO HARMÔNICO MENOR
Após esse conceito de tonalidade ganhar força com a escala maior tentou-se criar o mesmo ciclo com a escala menor:
Exemplo com a escala de Am…
Campo: Am7 Bm7(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7
Para ter um movimento dominante primário (V7 -> I) teríamos que usar os acordes de Em7 -> Am7. O problema encontrado é que o acorde de Em7 (E, G, B e D) não tem um trítono na sua formação, então não terá a força de um dominante. A solução encontrada foi modificar o acorde para E7 (E, G#, B e D) criando esse trítono entre as notas G# e D. Da mesma forma a escala empregada para a melodia teve que ser modificada ficando: A B C D E F G# – que conhecemos por menor harmônica.
Shapes da escala – clique aqui.
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Luciano…
Pergunta: Estou começando a estudar escalas pentatônicas menores e já aprendi os 5 shapes em ré menor, como mudar os shapes para outros tons? Como os localizo corretamente?
Resposta: O deslocamento dos shapes no braço da guitarra ocorre da mesma forma que o deslocamento das notas. Por exemplo, entre a nota Ré e a nota Mi existe 1 tom de distância. Se você estiver tocando um shape da pentatônica de Ré e deslocá-lo 1 tom para cima, a pentatônica muda para Mi. Se você tocar 1 tom abaixo muda para Dó. Então para tocar a pentatônica em qualquer tônica basta considerar o movimento em tons.
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Gustavo Fernandes…
Pergunta: Olá, Warren. Mais que dúvida, tenho duas curiosidades: nas espécies de escalas diatônicas, há uma de cinco e outra de sete formas ou shapes, essa última com três notas por corda, correspondendo cada shape a cada um dos sete modos. Na de cinco formas, como se faz a correspondência com os modos, desde que esses, como mencionado, são em número de sete? Outra questão: é verdade que as escalas de cinco formas são mais utilizada por guitarristas de jazz e mpb e as de três notas por corda mais usadas por guitarristas de rock e pop?
Resposta: O formato com 5 shapes da escala maior é o sistema 5, também conhecido como CAGED. Nesse sistema todos os acordes, escalas e arpejos são feitos em 5 regiões do braço baseados nos formatos de 5 acordes básicos, o C, o A, G, E e D. Observe:
E o arpejo desse acorde… (Observe em vermelho as notas que coincidem com o formato do acorde)
E o formato com sétima:
E o seu arpejo…
Na escala de C maior observe que as notas que formam os shapes dos acordes de C ou C7M fazem parte do desenho:
E mesmo na pentatônica de C (também conhecida como penta de Am7), as notas do acorde de C fazem parte da formação:
Os sistemas, seja o de 3 notas por corda, o CAGED, ou qualquer outro, são formas de tocar a escala ao longo de todo o braço da guitarra. Quando falamos de modos gregos estamos designando uma maneira, ou melhor, 7 maneiras de tocar a escala. Isso não depende do shape, da forma em que as notas são distribuidas, mas como usamos essas notas no fraseado, como desenvolvemos a melodia e que notas são enfatizadas.
Um equívoco é achar que cada shape da escala maior entrega uma sonoridade modal independente da forma em que é usada. Dou um exemplo: se você usar o segundo shape do sistema de 3 notas por corda, apesar de começar na nota que indica o modo dórico pode e deve ser usado para tocar qualquer um dos modos.
Leia mais sobre modos nas minhas aulas online, clique aqui.
O CAGED é mais utilizado por aqueles que trocam bastante de escala durante a improvisação pois a vizualização é direta e em torno do acorde, típico de músicos de jazz e Bossa Nova. O sistema com 3 notas por corda facilita a palhetada pois ela terá sempre o mesmo número de notas por corda, então possibilita um desempenho com maior velocidade, recurso bastante aplicado no rock.
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Vjrmelo… (Pergunta feita no Forum Cifraclub)
Pergunta: Qual é o campo harmônico da escala diminuta e da escala domdim?
Resposta: Basta deduzir partindo da própria escala diminuta, exemplo:
Cdim – é uma escala com 8 notas, simétrica, mantendo sempre a mesma relação intervalar (1 tom + 1/2 tom).
- C + 1 tom = D
- D + 1/2 tom = Eb
- Eb + 1 tom = F
- F + 1/2 tom = Gb
- Gb + 1 tom = Ab
- Ab + 1/2 tom = A (ou Bbb se você pensar como sétima de C).
- A + 1 tom = B
- B + 1/2 tom = C
Notas: C D Eb F Gb Ab Bbb B C
Análise dos intervalos…
T 2M 3m 4J 5dim 6m 7dim 7M
Por ser uma escala simétrica o campo harmônico terá o mesmo tipo de acorde em cada um dos graus, basta montar os acordes:
- C + terça + quinta + sétima
- C + Eb + Gb + Bbb
- C até Eb é uma terça menor.
- C até Gb é uma quinta diminuta.
- C até Bbb é uma sétima diminuta.
Então o acorde será Co (Dó diminuto).
Se você montar os acordes partindo de cada uma das notas da escala, obterá sempre o mesmo resultado, ou seja, acordes diminutos. Então esse será o campo harmônico diminuto:
Co Do Ebo Fo Gbo Abo Ao (ou Bbbo) Bo
Agora, nos graus pares você pode pensar nos intervalos de forma enarmônica e obter uma gama maior de acordes, exemplo:
Grau 2 – Tônica em D.
- D + F + Ab + Cb (B) = Do
- D + F + Ab + C = Dm7(b5)
- D + F + A (Bbb) + C = Dm7
- D + F# (Gb) + A + C = D7
ou ainda os acordes acima sem a sétima:
- Dm(b5) = tríade diminuta
- Dm
- D
Fica assim o campo então:
Graus ímpares = Acordes do tipo To ou Tm(b5)
Graus pares = To | Tm7(b5) | Tm7 | T7 | Tm(b5) | Tm | T
Para ampliar um pouco mais você pode considerar o ciclo dos diminutos, onde um acorde diminuto será sempre o mesmo a cada 1 tom e meio:
Do = Fo = Abo = Bo (Cbo)
Então em cada grau par geramos também 4 acordes diminutos. Em Cdim por exemplo, dizemos que os acordes de Do, Fo, Abo e Bo aparecem nos graus 2, 4, 6 e 8.
Parece muito acorde no campo harmônico, mas lembre que existem apenas 3 escalas diminutas, depois elas se repetem.
- Cdim = Ebdim = Gbdim = Adim
- C#dim = Edim = Gdim = Bbdim
- Ddim = Fdim = Abdim = Bdim
A escala DomDim é a escala diminuta. Usou-se esse termo para facilitar a aplicação sobre acordes do tipo T7, ou seja, quando fores usar a escala diminuta sobre um T7 comece por algum grau par, exemplo:
Acorde – Co – use a escala de Cdim.
Acorde – C7 – use a escala de Cdomdim = Bbdim = Dbdim = Edim = Gdim..
O campo DomDim é idêntico ao campo diminuto mas invertido:
Graus ímpares = To | Tm7(b5) | Tm7 | T7 | Tm(b5) | Tm | T
Graus pares = Acordes do tipo To ou Tm(b5)
Lembre também que campo harmônico não é apenas restrito aos acordes de tríade ou tétrade, mas qualquer variação deles como os acordes com nota de tensão, suspensos, etc…
Tensões por grau:
Ímpares – 2 4 b6 7M | 9 11 b13
Pares – b2 #4 6 | b9 #11 13
Veja a tabela completa aqui.
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Kaio…
Pergunta: O que exatamente você quis dizer com separar as guitarras em intervalos de terças ou sextas para limpar o som? Eu entendi 80%, mas só queria confirmar que isso é um arranjo com duas guitarras tocando o mesmo intervalo (de 3ª ou 6ª) e não duas guitarras tocando os intervalos de 3ª e 6ª ao mesmo tempo.
Resposta: Sim, são duas guitarras tocando notas diferentes e entre elas ocorre um intervalo de terça ou de sexta.
Quando tocamos numa guitarra duas notas com distorção e o intervalo entre elas não é uma consonância perfeita (primeira, quarta, quinta ou oitava justa) o som resultante é sujo, efeito decorrente do “batimento acústico” onde a vibração de uma nota interfere na outra (Leia mais sobre Batimento nesse texto).
Ouça no exemplo abaixo um intervalo de terça tocado numa única guitarra:
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Uma forma de contornar isso é tocar cada nota numa guitarra diferente, o resultado é mais limpo e definido, veja no exemplo abaixo:
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Ronielli krixzy…
Pergunta: Participando das JAM’s que rolam pelo forum FCC, as vezes alguns amigos comentam que eu estava fora do tempo, em alguns momentos solei rápido, outros mais lento no mesmo solo, fora do tempo, inclusive uma vez comentaram que eu não tinha noção de tempo (talvez seja verdade), nesse link:
https://soundcloud.com/krixzy/krixzy-solo-guia/s-qogw2
Você pode ouvir o solo que eu compus pra JAM, onde comentaram que eu não tinha noção de tempo.
Dizem que eu tenho que começar e terminar o solo na mesma velocidade, mas dai eu escuto guitarristas como o Zakk Wylde por exemplo, e ele mesmo varia a velocidade nos solos como você pode ver nesse video:
E é ai que vem a confusão na minha cabeça, se eu tô fora de tempo por que faço uma parte lenta e outra rápida, por que o Zakk Wylde não tá fora de tempo também? Acredito que estou entendendo errado, penso eu que tem algo que eu não sei, só que quando pergunto sobre esse assunto pra alguém, ninguém sabe responder…
Resposta: Vamos primeiro entender alguns conceitos:
1 – Pulsação da música: é a sua velocidade (ou andamento). Normalmente marcamos a pulsação de forma intuitiva batendo palmas ou os pés. Quanto mais rápido for uma música mais rápido iremos marcar o tempo. A distância entre cada batida da pulsação é sempre a mesma fazendo esse andamento funcionar como um relógio.
2 – Rítmo: é a forma com que distribuimos as notas e pausas dentro dessa pulsação. As notas podem estar mais proximas ou mais afastadas, a distância pode ser sempre a mesma ou ser sempre diferente.
Quando dividimos a pulsação em partes inteiras como 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, conseguimos racionalmente identificar a divisão e podemos reproduzir esse rítmo com precisão, também de forma racional.
Quando a pulsação é dividida em números inteiros mais elevados como 13, 14, 15, 16, 17 partes, fica difícil compreender o rítmo de forma racional. Usamos uma abordagem intuitiva e tentamos reproduzí-lo por lembrança. É o caso do swing por exemplo, ou as nuances de certas linguagens musicais como o samba, jazz.
3 – Rubato: é uma forma de expressão onde mantemos a pulsação, mantemos o rítmo, mas a execução pode oscilar tocando certas partes mais rápido e compensando tocando outras partes um pouco mais lentas. Para o rubato funcionar essas oscilações devem ser sutis e a idéia geral da pulsação deve ser mantida. Deve-se sempre começar no ponto certo e terminar no ponto certo, as notas intermediárias que são flexíveis.
Na sua execução não percebi problemas de tempo ou pulsação, apenas que você tocou de forma mais livre executando o fraseado com um pouco de rubato. Para poder avaliar se existe algum problema eu teria que escutar outros exemplos.
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Luciano…
Pergunta: Sou iniciante na guitarra e estou iniciando o estudo de escalas. Tenho uma dúvida: se as escalas são formadas por intervalos regulares entre as notas, por que existe 5 formas de shapes? Faço uma confusão tremenda. Você teria os shapes mais usados para a escala maior natural para me enviar?
Resposta: Uma escala é definida pelas notas que fazem parte da sua formação e pela distância entre essas notas, que nem sempre é regular. Observe a escala maior, é formada pela seguinte relação de tons…
Exemplo em Dó maior: C D E F G A B C
Essas 7 notas podem ser tocadas em diversas posições do braço da guitarra, observe:
Um shape (ou desenho de escala) é uma “fatia” desse braço, e são necessários diversos shapes para abranger o braço inteiro. Um shape também pode ter um objetivo técnico, como usar um número fixo de notas por corda para facilitar a palhetada, ou se mover apenas na vertical, ou ainda ser simétrico para facilitar a memorização.
Você encontra todos os shapes de escala maior e também das demais escalas na “Biblioteca dos Shapes de Escalas”.
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Vagner Cunha…
Pergunta: Sou um tanto quanto iniciante e tenho muitas dificuldades no quesito equalização. Meu equipamento (de entrada, obviamente) é o seguinte: guitarra Les Paul SX, captadores Malagoli hh777 na ponte e 59 no braço, amplificador Fender Frontman 25r e pedaleira Zoom g2. Minha grande dificuldade é encontrar um equilíbrio na equalização, sobretudo no uso de distorção. Na zoom parece que as mesmas são muito exageradas. Enfim, não sei se o problema é na regulagem ou no equipamento mesmo; se a guitarra não combina com o ampli (ou como equilibrar melhor isso); se usar simulações de amplificador (e simulação de microfonação), presentes na zoom g2, ligada em amplificador e não em linha faz sentido…
Suas aulas de timbre ajudarem-me muito a entender melhor o processo (variáveis envolvidas), mas gostaria, se possível, de uma ajuda, sobretudo na criação de timbres para solo.
Resposta: A pedaleira Zoom G2 é uma alternativa bastante simples e por essa razão, apesar de um grande número de efeitos e possibilidades, o som final fica abaixo do necessário e esperado. A conversão digital suja demais a região aguda e principalmente os harmônicos da guitarra, por isso sempre parece estar mais “carregada” do que queremos.
Com a tua guitarra e amp você já tem o necessário para tirar timbres bons e bastam pequenos ajustes para chegar lá. Faça o seguinte:
1 – Verifique os ajustes da guitarra, tenha através de um luthier a confirmação de que tudo está 100%, como o tensor, altura das cordas, trastes, oitavas, parte elétrica, etc… Coloque cordas novas.
2 – Plugue no amp com um cabo de qualidade, blindado, com bitola em ouro.
3 – Use a distorção do amplificador. Coloque a equalização em flat, ou seja, o Bass, Middle e Treble em 5. O gain você pode começar em 6 ou 7 e o volume de acordo com o ambiente. Altere a equalização de acordo com a sua preferência, mas valorize o timbre natural da sua guitarra. Sugiro algumas regulagens:
Treble 5 | Mid 7 | Bass 6
Treble 6 | Mid 8 | Bass 7
Treble 4 | Mid 8 | Bass 6
Treble 4 | Mid 9 | Bass 7
4 – Agora coloque um pouco de reverb do amp, apenas para dar um pouco de profundidade.
Dessa forma o som tem que vir bacana, caso contrário você deve recomeçar com uma abordagem diferente.
Depois coloque a pedaleira no loop (caso o teu amp tenha). Use poucos efeitos encadeados, mantenha a simplicidade. Uma programação com um delay rápido e bastante feedback (30%), mas com o volume baixo para sustain. Outro programa com um delay lento, feedback médio e volume um pouco mais alto que o delay anterior para solos lentos (criar ambiência). Um programa com um chorus para bases limpas e quem sabe um outro programa com algum efeito mais exagerado, como um Flanger com bastante volume.
Caso não tenhas loop ligue a pedaleira antes do amp, mas mantenha o volume dos efeitos mais baixos.
Depois comece a comparar com gravações que curtes, etc… para ter uma referência, e faça os últimos ajustes.
Um grande abraço!
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Guilherme…
Pergunta: Estou ensaiando uma música evangelica aqui e queria que você me ajudasse no conceito de analisar ela. Tenho os acordes da progressao: A# F D Gm F / A# D# A# G# Gm F#… minha duvida é mais desse final, como analisar esses acordes da segunda parte?
Em outras músicas um exemplo: tonalidade de G maior – G C D , em vez de resolver em G a música vai pra F C D e depois resolve em G.
Resposta: Vamos primeiro reescrever as tônicas dos acordes para que façam parte do mesmo campo harmônico:
Bb F D Gm F / Bb Eb Bb Ab Gm Gb
O campo harmônico em questão é o de Bb maior, observe…
Bb Cm Dm Eb F Gm Am(b5)
Mas existem acordes que não fazem parte do campo harmônico, vamos ver de onde cada um deles vem:
D – se chama dominante secundário. Geralmente é um acorde do tipo T7 (D7), mas o do tipo T (D) também funciona. É o quinto grau do acorde de chegada, nesse caso o Gm. Você pode preparar qualquer acorde do campo harmônico com o quinto dele (V7-I).
G7-> Cm | A7-> Dm | Bb7-> Eb | C7-> F | D7-> Gm ou D-> Gm
Ab – é um acorde de empréstimo modal ou subV7. Ele vem da homônima (mesmo nome) menor e precisa ter a sexta menor da escala:
Campo Harmônico de Bb menor (mesmo de Db maior), observe…
Bbm Cm(b5) Db Ebm Fm Gb Ab7
A sexta menor da escala é a nota Gb, então os acordes que possuirem essa nota na formação podem ser usados numa música em Bb maior como empréstimos, eles são:
- Cm(b5) que possui as notas C Eb Gb
- Ebm que possui as notas Eb Gb Bb
- Gb que possui as notas Gb Bb Db. Isso explica também o acorde de Gb como empréstimo.
- Ab7 que possui as notas Ab C Eb Gb. A versão sem sétima, o acorde de Ab, também pode desempenhar o papel de empréstimo modal.
Esse Ab pode ser encarado como um subV7 do acorde de D. Chamamos isso de substituição por acorde de mesmo trítono (mesmo que o trítono não seja tocado) e esse acorde deverá estar 3 tons acima. Observe os substitutos para as preparações utilizadas no campo harmônico maior:
Db7-> Cm | Eb7-> Dm | Fb7-> Eb | Gb7-> F | Ab7-> Gm
Esses conceitos também explicam as cadências do teu outro exemplo.
Abração!
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Satierf…
Pergunta: Bom, gostaria de saber sobre esses intervalos de segunda, como que Dó bemól até Ré é intervalo de segunda, se dá justamente 1 tom e meio ou seja, um intervalo de terça menor?
Resposta: Justamente por causa do nome das notas. Se Dó é a primeira nota, o Ré é a nota seguinte, ou seja, a segunda nota partindo de Dó. Não importa a distância em tons para designar o número do intervalo, observe:
Dó – Ré é uma segunda.
Dó# – Ré é uma segunda.
Dó# – Réb é uma segunda.
Dób – Ré# é uma segunda, e assim por diante.
A distância entre as notas irá classificar o tipo de intervalo, se é menor, maior, diminuto, aumentado, subdiminuto, superaumentado, etc…
Então, o intervalo de segunda…
- Com ½ tom é chamado de menor (C-Db ou C#-D).
- Com 1 tom é chamado de maior (C-D ou Cb-Db ou C#-D#).
- Com 1 ½ tom é chamado de aumentado (C-D# ou Cb-D ou C#-Dx).
- Com 0 tons é chamado de subdiminuto (C-Dbb ou C#-Db).
- Com 2 tons é chamado de superaumentado (C-Dx).
Se uma distância for de 1 ½ tom e é uma terça, deverá ser chamada de terça menor e as notas serão Dó e Mib e não Dó e Ré#.
X – quer dizer dobrado sustenido.
Abração!
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Mateus…
Pergunta: A minha dúvida é sobre os acordes suspensos. Não entendo como são formados na teoria musical e nem quais são as suas funções harmônicas.
Obrigado.
Resposta: Historicamente os acordes suspensos vieram da prática da Appoggiatura, que é um atraso da resolução da melodia, artifício usado para evidenciar a linha solista. Dou um exemplo:
Observe no último compasso como a melodia mantém a nota Fá (Quarta) durante o ataque do acorde e somente depois que todos os instrumentos do arranjo resolvem a cadência, a melodia muda para a nota de repouso, o Mi (Terça do Acorde).
Chamamos esse efeito onde ocorre a resolução tardia da melodia, de appoggiatura. Se tornou tão comum que passamos a dispensar a necessidade da resolução, e o acorde manteve-se suspenso.
Essa suspensão pode ser feita com uma quarta justa ou com uma segunda maior, tanto faz, contando que o acorde não tenha terça.
A função que irá atuar vai depender da cadência harmônica, pois na maioria dos casos o efeito suspenso é um “sabor” dado ao acorde, uma mudança do seu estágio sonoro sem alterar a sua função inicial.
Mas cada caso é diferente e um mesmo acorde suspenso pode ser encarado, dependendo do contexto, como representante de qualquer função harmônica. Não é possível generalizar, vai depender do desenvolvimento da harmonia.
Abração!
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Anderson…
Pergunta: Denis, um amigo comentou que no Blues por ele ser menor mesmo que seja sobre um maior, podemos aplicar a escala menor da menor tipo, sobre um A7 poderia usar a escala de Cm para chegar ao D7 (IV7), vi ele tocando e ficou legal mas quando eu toco não parece soar muito bem, isso existe mesmo?
Resposta: Olá Anderson! O Blues usa uma teoria um pouco diferente da tradicional, o estilo aceita algumas soluções particulares da linguagem que definem a sua sonoridade. O elemento principal e característico é o emprego das 3 pentatônicas (m7, m6 e M7) na tônica da música.
Dessa forma num blues maior estaremos solando também com uma escala homônima (mesmo nome) menor.
Exemplo: Blues em A maior
Usamos as pentas de Am7, Am6 e A7.
Observe que as pentas de Am7 e Am6 são escalas menores com a mesma tônica da música, mas é esse “choque” que caracteriza o estilo.
Também podemos usar os conceitos da teoria tradicional aplicando a pentatônica m7 na relativa menor, que fica 1 tom e meio abaixo da tônica:
Blues em A usa-se a penta m7 em F#.
Posso ainda ampliar um pouco essas possibilidades:
Blues em A
Pentas: Am7, F#m7, Em7, Bm7, Am6, Em6, A7, D7.
Todas as escalas acima podem ser usadas sobre qualquer acorde da harmonia (A7, D7 ou E7).
Quando mudar para o acorde de D7 experimente também…
Pentas: Dm7, Dm6, D7 e G7.
Quando mudar para o acorde de E7 experimente também…
Pentas: Em7, Em6, E7, C#m7 e Bm6.
O uso da escala de Cm sobre o acorde de A7 irá soar muito tenso, observe:
Escala de Cm – C D Eb F G Ab Bb
Acorde de A7 – A C# E G
O choque entre as notas C da escala e C# do acorde cria o som blues, até aí tudo bem.
A nota Eb deverá ser encarada como uma Blue Note e deverá ser resolvida na nota D.
A nota F é uma sexta menor do acorde de A7 – tensão elevada.
A nota Ab e Bb fazem meio tom com a tônica do acorde de A7 – tensão elevada.
Das 7 notas da escala, 4 notas possuem tensão elevada, por consequência a escala soará muito dissonante.
Abração!
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Marcio Gabriel…
Pergunta: Olá Denis ! Gostaria que tirasse uma dúvida sobre o trítono. Ao usar o trítono em todos os graus, por exemplo, no modo jônico : Dm6, Em7(b9), F7M(#11), G7… Pode soar como tensão para a Tônica? E se puder como seriam os substitutos dominantes para todos esses graus?
Resposta: Olá Marcio.
Quando falamos de harmonia funcional fazemos referência direta ao sistema tonal onde existe um tom maior ou um tom menor. Apesar das construções modernas usarem as intenções modais sobre os acordes de uma cadência tonal a análise funcional pode desconsiderar a relação da melodia com a harmonia. Parece um conceito contraditório, mas vou dar um exemplo:
Observe a cadência abaixo em C maior…
C | Dm7 | G7 | C
Temos essencialmente 3 acordes com 3 funções harmônicas diferentes.
C – Acorde Tônico
Dm7 – Acorde Subdominante
G7 – Acorde Dominante pois resolve o trítono no acorde de C
Nas escolhas de escalas para a improvisação podemos adotar a abordagem modal, listo algumas soluções:
Sobre o acorde de C – Escala de F maior – Intenção Mixolídio
Sobre o acorde de Dm7 – Escala de C maior – Intenção Dórico
Sobre o acorde de G7 – Escala de Cm Harmônica – Intenção Mixolídio b9 b13
Nesse caso estamos carregando cada acorde para um campo harmônico diferente, mas podemos manter a análise funcional pois a intenção modal passa a ser considerada uma ampliação do conceito tonal – continuamos sentindo a função de cada acorde.
Por isso adapto a tua pergunta, o uso do trítono como substituto do acorde dominante ocorre em cadências tonais, ou seja, C maior ou invés de C jônico.
Geralmente esse artifício se aplica para o trítono como componente da estrutura do acorde de tétrade, não como nota de tensão acrescentada. Listo os casos abaixo:
Dm6 (D F A B) – que é uma inversão do acorde de Bm7(b5) (B D F A)
G7 (G B D F)
Bm7(b5) (B D F A)
E os demais acordes que possuem o mesmo trítono na estrutura, originados de outros campos harmônicos:
Abm6 (Ab Cb Eb F) – observe que Cb=B
Db7 (Db F Ab Cb)
Fm7(b5) (F Ab Cb Eb)
Bo = Do = Fo = Abo (B D F Ab)
De qualquer maneira como a harmonia tem caminhado com a mudança dos conceitos musicais modernos, e o som do trítono desempenha um papel forte dentro das cadências, hoje encontramos substitutos do dominante nos outros graus do campo harmônico:
E7/4(b9) (E A B D F)
F7M(#11) (F A C E B)
Am9(b13) (A C E B F) – encarado como inversão do acorde de F acima.
O acorde de E, se tiver a terça no baixo, é encarado como uma variação do G7:
Em7(b9)/G (E G B D F) = G7(13)
O acorde de F com 9 e #11 também pode ser visto como uma variação do G7:
F7M(9/#11) (F A E G B) = G7(9/13)
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ArturTT… (Pergunta feita no Forum Cifraclub)
Pergunta: Um intervalo de 3,5 tons SEMPRE SERÁ UMA QUINTA JUSTA? Assim como um de 2 tons será sempre uma terça maior? Independente das notas?
Resposta: Não, é exatamente o contrário. Um intervalo de quinta justa sempre terá 3 tons e meio. Um intervalo de terça maior sempre terá 2 tons.
A numeração do intervalo (segunda, terça, etc…) depende do nome das notas:
2 tons pode ser…
- Quarta diminuta – Ex: C-Fb
- Terça maior – Ex: C-E
- Segunda superaumentada – Ex: C-Dx (x- dobrado sustenido)
3 tons e meio pode ser…
- Sexta diminuta – Ex: C-Abb
- Quinta justa – Ex: C-G
- Quarta superaumentada – Ex: C-Fx
Observe que tocamos todos os intervalos na mesma posição no braço da guitarra, mas quando mudamos o nome das notas também mudamos a classificação do intervalo.
Pergunta: Mas, outra coisa, essa questão do bemol ou sustenido dobrado, isso só tem aplicação teórica, correto? Se não, na prática, o que seria isso?
Resposta: Uma nota no braço da guitarra pode ser chamada de várias formas, damos o nome disso de enarmonia.
Por exemplo:
e————-
B——5——
G————-
D————-
A————-
E————-
A nota acima pode ser chamada de…
E | Fb | Dx (Ré bobrado sustenido)
Então a aplicação é prática também, explico melhor. Você quando toca uma nota estará colocando essa nota dentro de um contexto, onde ela desempenha uma função, uma sonoridade. Por isso tem que ser analisada de uma maneira específica e recebe o nome de acordo.
Não é correto por exemplo chamar a nota acima de Fb durante a análise teórica e dizer, na prática, que é um E. Isso confundirá toda a aplicação da teoria e irá acarretar numa prática errada.
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André…
Pergunta: Denis, os acordes são sobreposições de terças: I, III, V, VII e depois os acordes de intervalos compostos como 9, 11, 13 são desdobramentos de acordes com 7, acorde com nona é um acorde de 7 acrescentando uma 9 (9 = 7+2), e a mesma lógica se aplica a 11 e a 13, bom pelo menos foi isso que eu entendi, então qual a explicação para acordes 6/9? Eu não consigo entender, porque a sexta não faz parte da harmonia natural, então como juntar a 6 com a 9 que faz, se fosse uma sétima diminuta ainda faria sentido mesmo que fosse uma nota enarmonica com a sexta, mas não deixou de ser uma sétima, eu realmente estou muito confuso, me ajuda ai cara por favor.
Resposta: Os acordes de sobreposição de terças como as tríades (T 3 5) e tétrades (T 3 5 7) fazem parte de uma categoria entre inúmeras dentro do campo harmônico. Existe ainda uma outra lógica que é a harmonização com sobreposição de quartas. Posso listar as principais estruturas de montagem:
- Tríade.
- Tétrade.
- Tríade + tensões.
- Tétrade + tensões.
- Suspensos com segunda ou quarta.
- Sexta.
- Sobreposição de quartas.
- Outras variações.
O que define um acorde é que ele é uma estrutura formada por 3 ou mais notas diferentes. Então podemos combinar quaisquer 3 ou mais notas da escala cromática para gerar um acorde, que estará dentro de uma das categorias acima.
A questão da sétima diminuta é apenas uma formalidade, questão de definição. Usamos esse termo aqui no Brasil mas em outros países (no sistema do jazz americano por exemplo) a sétima diminuta não é considerada, é tratada como uma sexta maior. Então o acorde diminuto é a soma de uma tríade diminuta + sexta maior.
Um acorde do tipo 6/9 (melhor se for cifrado 6(9) ) pode ser encarado de forma enarmônica, o que ajuda muitas vezes a definir uma função, por exemplo:
C6(9) – tem as notas: C E G A D
Pensando de forma enarmônica poderíamos chamar esse acorde de:
Am7(11) – notas: A C E G D
Daí pode ser interpretado como um tétrade com tensão acrescentada. Se você deseja fazer esse acorde com o baixo em C a cifra ficaria: Am7(11)/C, o que justificaria usar uma cifragem simplificada: C6(9).
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Luiz…
Pergunta: Gostaria de saber como fazer aqueles solos improvisados, e aquelas variações pra deixar uma música com uma melodia melhor… Tipo uma música com os acordes G, D, Em, C , como é que eu faço um solo em cima disso?
Resposta: Existem inúmeras abordagens na hora de improvisar e tudo vai depender do estilo que você está tocando e da quantidade de coisas que você domina. Se você está no começo e só conhece algumas escalas, arpejos e um pouco de teoria, recomendo desenvolver os aspectos da construção melódica, como criar uma idéia (motivo) e como desenvolver essa idéia usando vínculos. Comecei um texto aqui no site que aborda essas questões, dê uma olhada aqui.
Agora se você já conhece todas as principais escalas (maior, menor harmônica, menor melódica, diminuta, tons inteiros e pentatônicas), sabe arpejar qualquer acorde e já tem uma certa experiência improvisando, podes estudar a improvisação por acorde, achando para cada passagem da música uma solução nova. Para teres uma idéia leia a aula do site sobre as intenções modais sobre um acorde de C, clique aqui.
De qualquer maneira te dou um ponto de partida usando a tua pergunta como exemplo:
Você citou a cadência: G | D | Em | C
Esses 4 acordes fazem parte de uma mesma escala, a de G maior. Dê uma olhada nessa tabela sobre campo harmônico.
Isso quer dizer que basta você usar a escala de G maior em cima de qualquer um desses acordes que a melodia fará sentido. Estude os shapes da escala maior e procure tocá-los sobre os acordes do campo harmônico.
Você também pode usar uma pentatônica, que por ter 5 notas pode ser encarada como uma redução da escala maior. Experimente a penta m7 tocada em E (casa 12) ou B (casa 7).
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Bruno Abreu Marques… (Pergunta enviada via email)
Pergunta: Eu estou com dúvidas em relação as afinações alternativas:
Você poderia me dizer as afinações de cada corda nas seguintes afinações?
OPEN-D
OPEN-E
OPEN-G
OPEN-A
DROP-D
D-MODAL
BARITONE
Resposta: Cada afinação tem variações. A idéia é formar o acorde da tônica da afinação.
Por exemplo: Open D tem que ter as notas do acorde de D (D F# A), ou pelo menos (D A). Então afina-se cada corda até a nota mais proxima.
OPEN-D – (D F# A)
Corda 6 – E – cai 1 tom para a nota D.
Corda 5 – A – Não muda pois essa nota faz parte do acorde de D.
Corda 4 – D – Não muda pois essa nota faz parte do acorde de D.
Corda 3 – G – cai meio tom para F#.
Corda 2 – B – cai 1 tom para a nota A.
Corda 1 – E – cai 1 tom para a nota D.
Então fica (da sexta para a primeira) – D A D F# A D
Também existe a variação com Dm (D F A)
A afinação fica: D A D F A D
E outras variações (inclusive com sétima e nona):
D A D F# A C#
D A D F# A E
D A D A D D etc…
A mesma idéia se aplica para o restante:
OPEN-E – E B E G# B E
OPEN-G – D G D G B D
OPEN-A – E A E A C# E
DROP-D – cai a sexta corda para D.
D-MODAL – Afinação Celta (acorde suspenso com quarta ao invés de terça) – D A D G A D
BARITONE – Afinado uma quarta justa abaixo – B E A D F# B. Pra usar essa afinação tens que mudar o encordoamento para um bem mais pesado para compensar a perda da tensão por causa da afinação baixa.
Abração!
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Shafik… (Pergunta feita no Forum Cifraclub)
Pergunta: Não me interpretem mal, mas eu não consigo entender a sonoridade do fusion direito, me soa muito dissonante saca!? Eu sou uma pessoa atrasada musicalmente será!?…. Tipo ainda não tenho percepção musical suficiente pra entender essa linguagem!? Porque pra mim é muito “desconfortável” escutar fusion, e eu vejo a galera falar desse gênero com tanto apego… me sinto um anormal…
Resposta: Sim Shafik, na maioria das vezes o fusion é gosto adquirido. É difícil compreender aquilo do qual não estamos acostumados, daí fica ainda mais difícil curtir.
Imagine um estilo musical como se fosse uma lingua falada, como o inglês, espanhol, italiano, francês, japonês, etc… Se você não conhece a lingua não irá entender o que está sendo falado. Se conhece algumas palavras irá reconhecer algum trecho e entender um pouco. Se tem um bom vocabulário irá compreender boa parte da história e curtir a experiência. Se domina a lingua por completo irá amar até o jogo de palavras, a trama, como as frases se entrelaçam, etc…
Com o fusion é a mesma coisa, você precisa aos poucos ir conhecendo as escalas que estão sendo usadas, o tipo de dissonância, as relações modais, a construção melódica, o arranjo harmônico, pra daí compreender toda a informação que está sendo executada.
Agora isso acontece com outras linguagens também. Por exemplo, quem escuta apenas música sem distorção estranha um heavy metal. Quem escuta apenas música clássica estranha rock epor aí vai.
Por isso é interessante abrir o leque da apreciação musical e escutar de tudo um pouco, você irá compreender o mundo musical um pouco melhor e irá compreender o que curte ainda mais.
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Fernanda…
Pergunta: Ei denis, voce é demais! o seu material e excelente e de extrema organização. fico muito grata.
Eu fiquei em dúvida quando voce citou as quintas paralelas. Nao entendi o que seria elas. Segue o que voce disse :
“Pelas regras da harmonia tradicional evita-se fazer um movimento de vozes chamado “Quintas paralelas”. Isso acontece quando existe um intervalo de quinta justa entre duas vozes de um acorde e esse intervalo se mantém nas mesmas vozes do acorde seguinte.”
Nao consegui compreender. Todo acorde natural tem quinta justa. Se eu ir de dó natural para famaior.
C(C e G) F(F e C), eles tem o mesmo intervlao de quintas.
PElo visto deu para ver que nao entendi hihi.
Se puder me ajudar.
Resposta: Olá Fernanda, obrigado pelas palavras. Vamos a tua dúvida: Quando falamos sobre quintas paralelas estamos dentro dos conceitos da harmonia tradicional que leva em conta a condução das vozes. As regras usam geralmente 4 vozes, 2 femininas e 2 masculinas.
- Soprano – Feminina aguda
- Contralto – Feminina grave
- Tenor – Masculina aguda
- Baixo – Masculina grave
No encadeamento esses acordes terão apenas 4 notas, cada uma delas cantadas por uma das vozes. Então se…
No primeiro acorde de C o baixo estiver cantando a nota Dó e a soprano tiver cantando a nota Sol, existirá um intervalo de quinta justa entre essas duas vozes.
No segundo acorde de F se o baixo cantar a nota Fá e a soprano cantar a nota Dó, esse intervalo de quinta justa se mantém. Isso é considerado quintas paralelas, quando duas vozes cantam um intervalo de quinta e no proximo acorde essas mesmas duas vozes continuam a cantar um intervalo de quinta. A harmonia tradicional considera isso um movimento harmônico fraco, que não soa bem.
A melhor forma de resolver isso é fazer as vozes que estavam cantando a quinta, cantarem no acorde seguinte um outro intervalo.
Exemplo:
Acorde de C
Soprano – G
Contralto – E
Tenor – G
Baixo – C (entre o baixo e a soprano existe um intervalo de quinta justa)
Acorde de F
Soprano – A
Contralto – F
Tenor – C
Baixo – F (entre o baixo e a soprano existe um intervalo de terça maior)
Quando tocamos música popular executamos o acorde inteiro e várias vezes dobramos algumas das notas da estrutura. Não estamos pensando na condução de vozes, é comum fazer um acorde com 4 notas, o proximo com 5 e até mesmo 6 notas. Então essa regra de quintas paralelas é descartada. Agora, em alguns casos evitar a quinta paralela ajuda a justificar sequências de acordes mais complicadas, como no exemplo da aula.
Um grande abraço!
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Alberto de Castro…
Pergunta: Denis eu to viajando nos estudos , muito bom mesmo .
cara ,a respeito dos shapes de pentatonica , é que são tantos , quando usar. desde já obrigado.
Resposta: Olá Alberto, obrigado!
Sobre os shapes das pentatônicas, escolha aqueles que você consegue se identificar melhor. É legal optar por shapes que estejam em regiões diferentes do braço da guitarra e que tenham finalidades diferentes. Os de 3 notas por corda são bons para velocidade, os simétricos são ideais para andar na diagonal, os tradicionais para improvisar. Saiba pelo menos uns 5-6 desenhos diferentes.
Abração!
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Henrique…
Pergunta: Olá! Tenho uma sugestão para aula e uma pergunta.
Sugestão : Harmonia Modal (como dar a sonoridade aos modos,etc.).
Bem a minha pergunta é sobre uma progressão que encontrei em um livro e gostaria da sua ajuda para analisar os acordes, a progressão é : Am7 D7 G7M G6 Gm7 C7 F7M .
A primeira parte eu entendi que é II V I em G, porém não entendi essa transição de acordes (G6 para Gm7) esse G6 tem alguma função? Ou é um empréstimo modal? Sei que o Gm7 irá formar o II V I em F, só não entendi esta mudança de acordes para fazer a modulação.
Obrigado.
Resposta: O G6 é apenas uma variação do primeiro grau, o mesmo acorde só que usando a sexta ao invés da sétima. Quando falamos de campo harmônico estamos incluindo todas as variações como G, G7M, G6, G7M(9), G9, G4, etc… todos são primeiro grau.
O II-V7-I é uma forma de preparação que pode ser usada para antecipar qualquer acorde do campo harmônico, observe em Dó maior:
Acordes do Campo: C7M | Dm7 | Em7 | F7M | G7 | Am7 | Bm7(b5)
Preparações…
Dm7-G7-C7M (II-V7-I Primário pois prepara o primeiro grau)
Em7(b5)-A7-Dm7 (II-V7-I Secundário pois prepara outro grau)
F#m7(b5)-B7-Em7
Gm7-C7-F7M
Am7-D7-G7 (o D7 também pode ser chamado de quinto do quinto, ou V7-V, dominantes estendidos – sim, com S).
Bm7(b5)-E7-Am7
Existem os que defendem que o acorde do tipo Bm7(b5) não tem preparação, mas na prática gosto de:
Cm7(b5)-F7-Bm7(b5)
e
C#m7(b5)-F#7-Bm7(b5)
Se a preparação for para um acorde de empréstimo modal é chamada de II-V7-I auxiliar.
Se depois da preparação o tom da música mudar para o do acorde de chegada dizemos que aconteceu uma modulação.
Na tua progressão analisamos como 2 preparações:
(Am7 D7) G7M G6 (Gm7 C7) F7M
Am7-D7-G7M é II-V7-I primário, se o tom for Sol Maior.
G6 é apenas uma variação do primeiro grau.
Gm7-C7-F7M é uma modulação para Fá maior.
Abração!
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José…
Pergunta: Olá parabéns pelo seu site!
Gostaria de saber o motivo do modo dórico soar bem em um acorde dominante,já que é teoricamente errado.
Exemplo: G7 utilizar G dórico.
abraço.
Resposta: Olá José, obrigado pelo comentário, vamos a tua pergunta.
O G Dórico em cima do G7 não é teoricamente errado, ele entrega uma intenção Blues.
Pensando num Blues em G, temos o acorde de G7 como tônico e usamos as seguintes pentas para solar:
Penta de Gm7 – G Bb C D F
Penta de Gm6 – G Bb C D E
Penta de G7 – G B C D F
Penta de Em7 (relativa – bluegrass) – E G A B D
Veja que a escala de G Dórico tem as notas das pentatônicas acima, é como se fosse a soma de todas elas.
G Dórico – G A Bb C D E F
É comum usar a escala maior (diatônica) para solar em Blues maior, e geralmente é aplicada 1 tom abaixo da tônica ou na quarta justa.
Blues em G usa-se a escala maior em F ou C. A escala de F Maior tem as mesmas notas de G Dórico, mas é comum usar o termo G Dórico sobre o G7 pois assim mantemos a mesma tônica.
Outra coisa, um dos princípios da sonoridade do blues é a aproximação cromática entre a terça menor e a terça maior do acorde, entregues pelas notas Bb e B, presente na combinação das pentatônicas listadas acima.
Existe ainda uma variação das escalas Bebop que é a Dórica com duas terças, fica:
G Bebop – G A Bb B C D E F
Agora quando o acorde de G7 estiver em outra posição na cadência, desempenhando outra função harmônica, pode-se ainda usar o princípio acima. De qualquer maneira cada música e cada contexto dirá se funciona, use como último recurso o ouvido que conta mais que a teoria.
Abração!
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Angelo…
Pergunta: Olá! Sou o Angelo! Não sei o que eu vou falar tem algum sentido ou é a pior besteira do mundo. Comparar música com perfume.
Sempre quando vamos para uma loja comprar perfume a vendedora nos dá várias amostras para cheirar. O primeiro cheiro é interessante, e o segundo também , porém os proximos todos ficam confusos e parecem todos desinteressantes. Entao a solução distou foi fazer o cliente cheirar um pote de grãos de café para esquecer o cheiro do perfume antes de cheirar o proximo perfume. Uma espécie de reset.
– Nos seus experimentos musicais de amostra este processo é muito parecido, o primeiro é interessante , o segundo também, depois acontece o mesmo com os perfumes.
– Será que o ouvido também não necessita de uma espécie de reset? Ou seja: uma breve vinheta para fazer esquecer o som anterior, algo assim não sei se tem haver o que eu to dizendo, mas é o que veio na mente quando ouvi todos os experimentos de uma vez.
Abração!
Resposta: Sim Angelo, isso faz muito sentido e música é construída dessa forma. É por essa razão que as modulações (mudança de tonalidade) trazem tanta energia e renovam um som, pois se afastam da referência. Da mesma forma temos que tomar cuidado com a escolha de certas escalas, pois na teoria funcionam mas no contexto podem soar estranhas.
Escrevi recentemente uma aula sobre a “Aplicação Modal das Pentatônicas m7, m6 e M7” e tive que tomar muito cuidado na ordem que dispus os exemplos em audio pra reduzir o choque pro ouvinte. A melhor forma de “resetar” o ouvido é o silêncio e a distância, ficar um tempo sem referências, pois daí você passa a usar as referências internas, produto da sua vivência musical. Se usar qualquer outra melodia para tentar zerar o ouvido ela passará a ser uma referência momentânea e perderá o efeito.
Agora, existe uma forma de criar uma melodia ferramenta? Ela teria que oferecer todas as relações que te fazem entender música, teria que representar todo o seu estudo musical, tudo que você viveu, aceitou e rejeitou. Teria que ser “sobre encomenda”, e cabe apenas ao próprio músico achar uma melodia que terá esse efeito.
Abraço!
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João Paulo… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Alguém pode me indicar livros sobre teoria musical, harmonia e partituras. E também, algumas partituras fáceis pra eu começar a leitura, desde já agradeço xD
Resposta: Olá, tudo bem João?
Para teoria musical recomendo o “Teoria da Música” do Bohumil Med:
Para harmonia tradicional o “Harmonia” do Arnold Schoenberg:
Para harmonia funcional os livros do Almir Chediak, “Harmonia e Improvisação” Volumes 1 e 2:
Para começar a ler partitura no violão, ou mesmo guitarra, pode ser o “Iniciação ao Violão” do Henrique Pinto:
Mais dicas de livros na sessão: “Sugestões de Livros”.
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Glécio…
Pergunta: Olá, parabéns pela aula completa sobre formação de acordes, tríades e tétrades. Só não entendi o que significa na tabela de sétimas um acorde com um “X”.
Ex:
Tônica: D#
7M, maj7: (Cx) – Dó Xis? ou como se lê?
abçs
Resposta: Na tabela estão indicadas as notas (não acordes…) referentes a cada tipo de sétima.
O “xis” na verdade é o símbolo do dobrado sustenido (2 vezes sustenidos), ou seja, uma alteração 1 tom acima.
A teoria musical usa com frequência as seguintes alterações:
- bb – dobrado bemol – altera a nota 1 tom abaixo
- b – bemol – altera a nota 1/2 tom abaixo
- # – sustenido – altera a nota 1/2 tom acima
- – dobrado sustenido – altera a nota 1 tom acima
- – devolve a nota para a sua condição natural, sem alteração
Um abração!
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Leonam Marques… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Dicas de como achar a nota alvo mais rápido?
Resposta: Existem muitas formas de achar a nota alvo:
1 – Saiba os desenhos de arpejos de tríade e tétrade. Como a nota alvo será alguma das notas da formação do arpejo, conhecendo a posição da tônica, terça, quinta e sétima te fará ter o controle pleno da intenção.
Você poderá arpejar o acorde ou fazer uma outro arpejo que seja compatível e que adicione 1, 2 ou 3 notas de tensão.
Por exemplo:
Acorde de C7M…
…se você arpejar C7M estará tocando as notas do acorde de forma melódica, sabendo onde estão a Tônica, terça, quinta e sétima você poderá evidenciar o grau escolhido.
…se você arpejar Em7 estará adicionando 1 tensão, a nota Ré. Sabendo onde está a sétima do arpejo você facilmente evidenciará essa nota.
…se você arpejar G7M estará adicionando 2 tensões, as notas Ré e Fá#. Sabendo onde a quinta está no arpejo você evidenciará a nota Ré, sabendo onde está a sétima evidenciará a nota Fá#.
…se você arpejar Bm7 estará adicionando 3 tensões, as notas Ré, Fá# e Lá, respectivas terça, quinta e sétimas do arpejo.
Podes encontrar as relações entre arpejos de tríade e os acordes do campo harmônico maior nessa tabela.
Ou a relação entre arpejos de tétrade e os acordes na tabela.
2 – Notas características dos modos:
Sempre serão as notas do trítono da escala, então se você souber a posição do trítono (quarta e sétima notas da escala maior) você saberá evidenciar a característica do modo.
Exemplo:
Escala maior base-> G maior – G A B C D E F#
Trítono fica entre as notas C e F# (quarta e sétima)
G Jônico – evitar repouso em C em acordes que não possuem ele na formação.
A Dórico – característica é a nota F#
B Frígio – característica é a nota C
C Lídio – característica é a nota F#
D Mixolídio – característica é a nota C
E Aeólio – vitar repouso em C em acordes que não possuem ele na formação.
F# Lócrio – característica é a nota F#
Então observe, sabendo a posição do trítono dentro da escala maior você rapidamente saberá evidenciar a nota característica de cada modo.
3 – Usando o ouvido:
Toque com a escala escolhida em cima do acorde e aprenda a entender a relação sonora. Como o ouvido é mais rápido do que o raciocínio lógico ele te dará as soluções mais rapidamente.
4 – Toque apenas as notas alvo em cima do acorde. Depois vá aos poucos adicionando outras notas.
5 – Improvise em cima da progressão com um beat do metrônomo mais lento e vá aos poucos aumentando a velocidade.
6 – Entenda harmonicamente o que está acontecendo e use frases chave que você sabe que funcionam em cima da progressão em questão. Depois vá aos poucos implementando variações sobre essas mesmas frases.
Lembre que cada progressão/música deverá ser estudada. É difícil desenvolver nos primeiros anos de estudo a capacidade de dominar qualquer situação, você precisará unir muitos fatores primeiro como o ouvido, o conhecimento do braço, o domínio harmônico, etc…
Veja também:
Shapes de arpejos-> http://www.deniswarren.com/?page_id=724
Abraço!
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Antony Oliveira… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Há algumas dicas(video-aulas se puder) para aumentar a velocidade para técnicas como o trêmolo e estilos como o Flamenco?
P.S: tais dicas para o violão e eu não uso palheta.
Resposta: Velocidade você consegue treinando todos os dias, tem que ficar em cima do instrumento. Precisas tentar se superar e ficar “puxando” a movimentação a cada tocada. Procure coordenar e limpar a articulação. Pouco movimento dos dedos usando apenas a tensão necessária e uma sincronia perfeita entre as mãos.
Recomendo algumas coisas:
1 – Toque todos os dias.
2 – Toque com o metrônomo e vá aos poucos subindo a velocidade.
3 – Tente a cada dia superar ao menos +1 beat no metrônomo.
4 – Tenha uma técnica limpa e coordenada.
5 – Aprenda músicas que exijam velocidade.
http://www.youtube.com/watch?v=LrtW99qTk6E
http://www.youtube.com/watch?v=IOdwQ8XRLH0
6 – Se motive mas entenda que velocidade leva alguns anos para conseguir.
7 – Saiba que tocar não é apenas ter velocidade, tem que interpretar, tem que conhecer o que está fazendo. Seja um músico completo.
Alguns videos:
http://www.youtube.com/watch?v=X35BhOcuvFg
http://www.youtube.com/watch?v=fYkHZQ1iv7o (Procure todos os videos, são dezenas)
http://www.youtube.com/watch?v=-F3fJtGaIjQ
http://www.youtube.com/watch?v=JK3Ru882A_Q
http://www.youtube.com/watch?v=q75n73w8KbQ
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Valdecir Couto… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Denis,estava observando um material bem antigo de um amigo, que se intitulava exercícios aprofundados com as seguintes progressões: A7M ,D#m7 ,G#7(5+) ,C#7M(9) ,Bm7(9) ,D/E tem outra G7M ,C7M(9) ,Bm7 ,E7(5+) A7M ,A9 ,D/F# ,Bm/F ,E4(7) ,E7 ,Am7 ,D7(9b).A pergunta é esta;como analizo estas progressões,tipo qual o acorde que faz a função sub dominante e o dominante como a aula que vc postou ,ou se é analizado de uma forma diferente.Um abraço.
Resposta: Só preciso que verifiques um acorde, o Bm/F, não seria Bm/F#? Ou quem sabe Bm7(b5)? Ou ainda Bm(b5)/F?
Valdecir: Exato é um Bm/F#.
Resposta: São progressões simples, ficam assim:
A7M-> Primeiro grau de A maior – Tônico
D#m7-G#7(#5)-C#7M(9)-> cadência II-V7-I para C# maior (mediante superior).
D#m7 – Sub, G#7(#5) – Dom – a #5 (nota E) faz parte da escala, é uma tensão presente, C#7M(9) – Tôn.
O acorde de C#7M(9) é conhecido como mediante superior (ou maior), é um clichê harmônico. A cadência de mediantes pode ser ampliada até chegar na tônica colocando a mediante da mediante:
A7M – C#7M – F7M – A7M (a distância é sempre de uma terça maior).
Bm7(9) e D/E fazem parte do campo harmônico de A maior, são o segundo e quarto graus subdominantes.
O D/E pode ser reescrito como um E7/4(9) e analisado como um dominante.
A outra progressão:
G7M-> Primeiro grau de G maior – Tônico.
C7M(9)-> quarto grau sub.
Bm7-E7(#5)-A7M-> cadência II-V7-I (sub-dom-Tôn) para A maior.
A9-> variação do A7M.
D/F#-> quarto grau sub de A maior.
Am7-D7(b9)-G7M-> cadência II-V7-I (sub-dom-Tôn) para G maior.
Bm/F#-E7/4-E7-Am7…-> preparação II-V7-I (sub-dom-Tôn) para o Am7. Ou ainda II-V7-A maior resolvendo na homônima.
Bm/F#-> pode ser Bm7(b5), também sub.
E7/4 e E7-> Funcionam como um único acorde, provavelmente duram metade do tempo dos demais acordes da progressão.
D7(b9)-> a nota b9 é um cromatismo entre a nota E do acorde de Am7 e a nota D do acorde de G7M (Am7-D7(b9)-G7M-> notas E-Eb-D).
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Diogo Argentina… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Eae veio blz? Como fazer tecnica de alavanca com harmônicos?
Resposta: Existem muitas técnicas de alavanca, vou listar as mais comuns:
1 – Dive Bomb-> como expliquei acima, toque a nota e pressione a alavanca para baixo, o máximo que conseguir criando um efeito similar a uma bomba caindo.
http://www.youtube.com/watch?v=ROVm0NQrS0o
2 – Vibrato-> deixe um pouco de “folga” na alavanca e faça o vibrato movendo a alavanca para cima e para baixo de maneira uniforme.
http://www.youtube.com/watch?v=eAT3S2Bqirg
3 – Scoop-> Pressione a alavanca para baixo, toque a nota e daí libere a alavanca.
Música do Joe Satriani aos 1:14…
http://www.youtube.com/watch?v=GEMc9FLfgLw
4 – “Karatê”-> Toque a nota e depois com um golpe tipo Karatê bata na alavanca ou na ponte (se for floyd).
http://www.youtube.com/watch?v=EWTALJ2BFcs
5 – Bend-> Mesmo princípio dos bends de guitarra mas com a alavanca.
6 – “Rosnado do Gato”-> Como expliquei acima, toque a nota, puxe a alavanca para baixo ou para cima e solte bruscamente.
http://www.youtube.com/watch?v=VsYLS5d2l9U
Dicas do Joe Satriani:
http://www.youtube.com/watch?v=_tH26RTAs3Q
Escute essa música do Steve Vai a partir dos 03:40…
http://www.youtube.com/watch?v=_tH26RTAs3Q
E um dos grande mestres da alavanca:
http://www.youtube.com/watch?v=msPiKYuuRiQ
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Hilario Marchetti… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Denis Warren, na sua linda canção ” A Whisper to my Soul” qual pedaleira e qual efeito vc utiliza? Poderia me passar os presets do efeito?
Resposta: Olá Hilario. Nessa música, como na maioria das minhas gravações, pluguei a guitarra direto no amp. Segue o caminho inteiro do sinal:
1 – Palheta Dunlop .88mm.
2 – Guitarra Di Castelli’s 1
Corpo em Mogno
Braço em marfim com escala em Jacarandá
Captadores Seymour Duncan TB4 (ponte), SH4 (braço), Di Marzio HS3 (meio).
Cordas Ernie Ball 09 (afinação em E).
24 casas.
Ponte Floyd Rose Gotoh.
3 – Cabo Santo Angelo Jazz, bitola em ouro 18k.
4 – Cabeçote valvulado Peave Triple X.
5 – Caixa 4 x 12 com falantes Celestion Vintage 30.
6 – Microfone Shure SM57.
7 – Preamp DBX.
8 – Cubase + plugins.
De efeitos na mixagem usei compressor, equalizador, reverb e delay.
Para ler mais sobre o meu equipamento acesse aqui.
Aqui o link da música.
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Uendel Santos… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: O que você faz pra ter um boa mente pra memorizar tanto assunto?
Resposta: Olá! Para “memorizar” tantos assuntos entenda que:
- Você precisa de tempo em cima de cada tema. A assimilação completa exige que você sempre retorne para um assunto.
- Você precisa sempre estar ampliando o que estudou, vendo de diferentes ângulos.
- E você só vai lembrar daquilo que usa sempre.
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Daniel Castro… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Pessoal, alguem sabe como retirar uma pickup TK 40 de uma takamine acustica?
Resposta: Olá Daniel, bem vindo ao grupo! Não sei tirar mas aconselho levar o teu violão num luthier pra fazer a remoção sem prejuízo para o instrumento. O que você pretende fazer, trocar o pickup? Ou está querendo dizer o sistema de pré com volume e equalizador?
Pergunta: O sistema de pre e volume. porque esta a fazer um huuumm e deve ser sugidade.
Resposta: O hum normalmente é característica da corrente elétrica gerando o ruído entre 50-60 hz. Dê uma lida nesse texto, no final existem 2 exemplos em audio do ruído em 50hz e 60hz, verifique se esse é o seu problema->http://en.wikipedia.org/wiki/Mains_hum Para solucionar indico tentar algumas coisas:
- Tocar em diferentes ambientes para ver se o problema persiste.
- Usar cabos blindados.
- Tocar longe de fontes eletromagnéticas como o monitor do computador.
- Fazer o isolamento da parte elétrica (blindagem).
- Trocar a parte elétrica (começe apenas pelos fios e soldas).
Para os 3 primeiros itens você poderá fazer sozinho, se não solucionar leve para um luthier fazer o restante. Agora se o problema não for hum, for ressonância grave, coloque um tampão no bocal do instrumento.
Pergunta: O problema e que quando não estou com a mão no jack ele faz huumm. o luthier disse que nao sabe abrir o tk 40.
Resposta: O problema é aterramento então, podes tentar contornar isso ligando um pequeno fio entre o jack de entrada (pode ser na bitola no cabo) até você (no cinto por exemplo). Agora para resolver de vez precisas levar em algum técnico especializado ou luthier competente para fazer a blindagem e trocar os fios e soldas desgastadas. Lembre sempre de usar cabos blindados de qualidade e boa sorte!
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Antony Oliveira… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Alguma dica para tapping e para o estudo do flamenco(para violão) ? Estou tentando técnicas do tipo faz tempo, mas nada consigo.
Resposta: Olá Antony, bem vindo ao grupo! Vamos por partes:
Tapping→
- Busque referências, ou seja, músicos que toquem bastante com tapping para entender como eles empregam a técnica – Eddie Van Halen, Greg Howe, Steve Vai, Stanley Jordan, Michael Romeo, entre outros.
- Treine todos os dedos da mão direita, inclusive mantendo a palheta entre o polegar e o indicador.
- Use a ponta do dedo em 2 movimentos, primeiro para martelar a nota, depois para “puxar” a corda.
- Use as vezes o braço direito e dedos da mão esquerda para abafar as cordas que não estejam sendo utilizadas durante o tapping.
- Prime pela limpeza e precisão rítmica, isso muda o efeito final.
- Não toque tapping apenas em uma corda, procure arpejos e digitações diferentes, saltos de cordas, etc…
- Um bom drive sempre entregará um tapping mais equilibrado, capriche no timbre.
Sobre o Flamenco→ Precisas acima de tudo estudar o apoiado, rasgueado e o tremolo de mão direita, técnicas típicas flamencas. Começe buscando algumas harmonias que entreguem o “tempero” flamenco e começe improvisando. Tente não usar a palheta, apenas os dedos de ambas as mãos. Escute bastante música flamenca para ir absorvendo a linguagem e tire, principalmente de ouvido, o máximo que puder. Abraço!
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Rafael Cândido… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Olá, bom dia professor. Você poderia, por favor, me esclarecer algumas dúvidas?? Se sim, seguem os questionamentos: estava vendo, algum tempo atrás, algumas vídeo-aulas sobre soluções em modos gregos e me deparei com os seguintes termos: “Perfil Melódico (Tríades)” e “Perfil Harmônico”. O que seriam cada um deles e como utilizá-los na aplicação dos modos??
Uma outra coisa que também tive dúvida foi com relação a cadência característica de cada modo: existe um modo específico de utilizá-la??
E finalizando, como empregar os arpejos e as tétrades em cada modo??
Como deu pra perceber, acabei aproveitando somente as explicações relativas à quais pentas que utilizar e gostaria de entender e aplicar o resto. Se possível me ajudar, ficarei muito grato.
Desde já agradeço: muito obrigado…
Resposta: Olá Rafael, bem vindo ao grupo! Os termos “Perfil Melódico” e “Perfil Harmônico” são muito genéricos, vou precisar do contexto para poder explicar melhor. ||| Sobre as cadências: sim, existe uma forma de entregar a intenção modal com a sequência correta de acordes.
Para isso você precisa->
- Que o primeiro acorde seja da mesma tônica do modo e se o modo for maior, o acorde deverá ser maior, se o modo for menor deverá ser menor.
- O segundo acorde deverá conter a nota característica do modo. Vou dar um exemplo, pense no modo de C Lídio. Ele equivale a escala de G maior, mesmo campo harmônico, ou seja: C7M D7 Em7 F#m7(b5) G7M Am7 Bm7 . A nota característica do Lídio é a quarta aumentada, partindo de C será a nota F#. Os acordes que possuem na sua formação o F# são: D7 F#m7(b5) G7M Bm7. Então a cadência será C ou C7M ou C9 ou qualquer variação de C seguido de uma das 4 opções acima.
Sobre os arpejos, eles são as notas das tríade ou tétrade tocadas em sequência. Usando o exemplo de C Lídio, os arpejos de C7M, Em7 e Am7 não possuem a nota característica do modo, então não dão a intenção modal. Os arpejos de D7, F#m7(b5), G7M e Bm7 possuem a nota característica então dão a intenção modal. Abração!
Pergunta: Depois de ler suas explicações eu entendi o motivo das tétrades e dos arpejos sugeridos em Lá Mixolídio serem A7, C#m7(b5), Em7 e G7M. Sentei e analisei, e acabei percebendo que todos esses acordes tem em sua formação a nota “SOL”, ou seja, a 7m, a nota característica do modo. Estou certo? Compreendi corretamente?
Com relação ao Perfil Melódico e ao Perfil Harmônico, em uma das vídeo-aulas que assisti, o professor não explica o que elas são, mas as exemplifica da seguinte maneira (todos os exemplos estão em Lá Mixolídio):
* O Perfil Melódico, também chamado de Tríades, partem do I, do IV e do V graus, sendo eles, respectivamente: D, G e A… (eu consigo enxergá-los como tríades, mas não sei como aplicá-los dentro do Modo)
* E como exemplo do Perfil Harmônico temos: D/A (I/V), G/A (IV/V) e A (V)…
É dessa maneira que eu vi nos vídeos e me vem uma dúvida na hora de aplicá-los dentro do contexto do Modo. Você tem algum exemplo disso???
Resposta: Isso mesmo Rafael, entendesse bem a aplicação dos acordes para entregar a intenção modal. Sobre os acordes de D, G e A da pergunta sobre perfil aconselho assistir a video aula do Frank Gambale chamada Modes: No More Mystery. Ele trabalha exatamente dessa forma. Como no campo harmônico maior temos 3 funções harmônicas distintas, Tônica (repouso), Subdominante (intermediário) e Dominante (Tensão) ele usa esses 3 tipos de acordes para criar a cadência modal. O acorde de D é o tônico, o G é o subdominante e o A o dominante. Quando estiver usando um modo diferente do primeiro (jônico) a escala inverte mas ele mantém os acordes do campo com a tônica do modo como nota pedal, por isso o A mixolídio fica A | G/A | A | D/A, ou qualquer outra cadência parecida.
Péricles Jonas…
Pergunta: Sobre esse A7 dito ai em cima pelo Rafael, ele tem a nota Sol nos acordes: C#m7(5b), Em7 e G7+, ok, mas pintou uma dúvida.. no caso de uma substituição p um acorde dominante, é obrigatório este ter o mesmo trítono aparecendo? por ex: C#m7(5b) (C# e G).. ou pode ter uma dessas notas inibidas? ex: Em7 ( o C# n aparece ai). Desde já, valeu!!
Resposta: Olá Péricles! A função do acorde dominante depende de 2 coisas:
- A presença do trítono trazendo tensão e expectativa de resolução.
- A resolução do trítono no acorde seguinte.
Então se você quiser substituir o acorde de A7 por outro que mantenha a função de dominante precisará manter o trítono dentro do acorde (no caso acima apenas o acorde de C#m7(b5) pode desempenhar essa função). Tenho uma aula no meu site que fala exatamente sobre isso, dê uma olhada aqui.
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Aldo Pinheiro… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Como adquirir mais velocidade na mão esquerda?
Resposta: Ainda mais importante do que a velocidade em si é a sincronia entre as mãos. Se você observar cada dedo de forma separada irá perceber que eles não se movem tão rápido, mas é a sincronização da movimentação que faz a diferença, um dedo é tocado logo após o outro.
Muitas vezes estudamos lento de forma errada. Lembre, tocar lento deve ser como tocar rápido em câmera lenta. Devemos manter o mesmo tipo de movimentação. Por exemplo, quando tocamos sweep rápido a palhetada vai num único movimento, mantendo a direção. Ao tocar o sweep lento procure manter esse único movimento, sem parar. Se quer subir a velocidade deverá primar pela perfeição na movimentação tocando sem levantar os dedos, fazendo apenas a força necessária. E se velocidade é um objetivo concreto procure “puxar” cada dia um pouco mais.
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Diogo Argentina… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Como estudar Campo Harmonico Maior?
Resposta: Olá Diogo, bem vindo ao grupo e obrigado pela pergunta. Quando falamos de Campo Harmônico estamos pensando em abrangência e limitação, ou seja, tudo que pode ser feito com uma determinada escala. Campo Harmônico Maior é tudo que pode ser feito com a escala maior, como tocar notas avulsas, intervalos (2 notas ao mesmo tempo), acordes de tríade, tétrade ou demais acordes, ou escalas que são reduções da escala maior, como as pentatônicas.
Usando a escala de Dó maior como exemplo podemos tocar as notas avulsas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá ou Si. Juntas temos combinações como Dó+ Mi, Dó + Lá, Ré + Sol, Si + Dó, e todas as possibilidades matemáticas.
Tríades temos C | Dm | Em | F | G | Am | Bm(b5) e tétrades temos C7M | Dm7 | Em7 | F7M | G7 | Am7 | Bm7(b5).
Tensões por graus temos Grau 1-> 9 11 13 | Grau 2-> 9 11 13 | Grau 3-> b9 11 b13 | Grau 4-> 9 #11 13 | Grau 5-> 9 11 13 | Grau 6-> 9 11 b13 | Grau 7-> b9 11 b13.
E pentas temos Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7. Uma boa forma de começar a estudar campo harmônico maior é tentar entender como chegamos a todos os resultados acima. Abração!
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Anderson Ertal… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Bom dia Denis!
Amigo,gostaria de saber se nos tempos atuais eu necessito de formação acadêmica para lecionar em uma determinada instituição,grande escola,etc…Obrigado amigo,grande abraço!
Resposta: Olá Anderson, obrigado pela pergunta cara. Pra dar aulas em instituições vinculadas ao ensino fundamental, superior (ou anexos) você precisa de formação acadêmica. São escolas de primeiro e segundo grau, universidades, instituições vinculadas a orgãos administrativos como o governo, etc… públicas ou particulares. Para dar aulas particulares como profissional autônomo ou em escolas privadas sem associação as entidades acima você não precisa de diploma. Um grande abraço!
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Valdecir Couto… (Via o grupo “Dúvidas de Guitarra e Violão – Facebook)
Pergunta: Valeu Denis pelas dicas que você esta postando e que nos ajuda e muito,mas existe algo que não entendo,tipo, qual a diferença de harmônia funcional,tradicional e modal.Um abraço.
Resposta: Olá Valdecir, obrigado pelo comentário. Vamos a tua pergunta: A primeira harmonia que surgiu é a tradicional e leva em conta os limites da voz cantada. São 4 vozes, 2 masculinas e 2 femininas.
- Baixo-> masculina grave | Tenor-> masculina aguda
- Contralto-> feminina grave | Soprano-> feminina aguda
E essa teoria levava em conta os encadeamentos dos acordes (de que forma cada uma das vozes se movia dentro da sequência de acordes). A Harmonia Funcional é a abordagem moderna onde a condução das vozes não importa tanto, apenas a função que o acorde representa dentro da sequência, qual é o papel dele dentro da música. Harmonia Modal é a mais simples de todas, leva em conta apenas as sequências de acordes possíveis dentro das possibilidades modais. Determina quais acordes fazem parte do campo harmônico do modo e quais sequências entregam a característica do modo.
Um grande abraço!
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Victor Brotto…
Pergunta: Olá Denis,
Vi seu artigo sobre pentatônicas m7 e adorei, muito legal, me ajudou muito, porém tenho dificuldades em saber em que casa aplicar cada shape em certo tom, vi que você fez uma tabela no artigo de Penta m7 dizendo exatamente isso (as casas de cada shape por tom, e sua oitava acima),
Porem estou aprendendo o Modo Frígio, pois aprecio muito a sua sonoridade, e queria saber como saber em qual casa aplico cada um dos shapes desse modo de acordo com o tom,
Sucesso e obrigado se tiver tempo de me responder.
Resposta: O modo Frígio é uma inversão da escala maior mas acima de tudo é uma intenção, uma forma de tocar. Você precisa saber basicamente 2 coisas:
1 – Qual é a escala maior relativa e como tocá-la ao longo do braço da guitarra.
Existem diversas formas de tocar uma escala maior na guitarra, tudo dependerá do objetivo do shape. Pode ser mover-se pouco como os desenhos CAGED, ou ser simétrico como os desenhos 3 X 4 e 4 X 3, ou ainda ter um padrão de 3 notas por corda como os 7 desenhos dos 7 modos. Chamar um desenho com o nome de um modo não é a forma correta pois faz parecer que aquele desenho só serve para aquele modo específico. Usamos todos os desenhos para poder abranger o braço todo, o que vai dar a sonoridade modal é a ênfase correta nas notas características. Dê uma olhada na “Biblioteca dos Shapes de Escala” no menu aulas do meu site e escolha alguns shapes da escala maior. Procure variar o tipo de construção, então memorize 3 notas por corda, CAGED, etc… um pouco de cada lógica.
2 – Quais são as notas características do modo.
Você disse que curte o Frígio, então vou dar um exemplo…
A – E Frígio, que é a inversão da escala de Dó Maior. Então use alguns dos shapes da biblioteca para cobrir o braço inteiro com essa escala.
B – As notas características de E Frígio são Mi, Fá e Sol ou Si. Independente do desenho que você estiver usando (mesmo que ele se chame Lídio, Dórico, …) evidencie essas notas.
Segue uma tabela pra você:
E as notas características de cada modo:
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Pergunta: ótimo material, porém se possível gostaria de fazer uma pergunta, oque vai definir se eu uso um ré dórico por exemplo é a sequencia de acordes? porque a impressão que dá é que sempre estamos usando o jônico, indiferente de estar tocando o jônico de C a partir do próprio C ou a partir das outras notas ainda assim são as mesmas notas do jônico de C, EXEMPLO , C,D, E,F, G,A, B, E começando por D,: D, E,F, G,A, B,C, D AINDA ASSIM É A MESMA SONORIDADE não vejo porque chamar de outra escala, agora oque gostaria de saber é quando em uma sequência de acordes uso um modo determinado, porque a impressão que dá é que tem que se usar um modo separado para cada acorde? ou dependendo da sequencia de acordes dá pra usar um modo em cada parte da música? tipo no II, V7, I USA-SE UM MODO ESPECÍFICO? E SE USA QUAL É ELE? e se for este o caso em que sequencia de acordes eu uso os demais modos? uma vez vi em uma apostila do schediack que ele dava exemplos de sequências de acordes que determinavam o modo que deveria ser usado, os exemplos eram dados como 3 acordes dentro de uma progressão harmônica e ai esses acordes dentro dessa progressão eram determinados os modos que seriam usados dentro desses acordes, só que não ficou claro na apostila se era dessa maneira ou se eu que entendi errado , porque sinceramente se em cada acorde dá música eu tiver que pensar em um modo para improvisar com fundamentos teóricos levaria pelo menos uma década, achei a sua iniciativa demais ! queria parabenizar e dizer que essas informações é oque eu sempre busquei(mais que os professores dificultam visando reter o conhecimento para continuar ganhando dinheiro rsrs) o único problema é que eu sou muito interessado e se depender de mim tudo que eu tiver dúvidas vou buscar na fonte ( você rsrs) espero que isso não seja um problema uma vez que o nome do grupo é dúvidas de guitarra… abraço , espero ansioso pela resposta…
Jefferson Rogério Silveira
Resposta: Modos Gregos é intenção, é a forma em que a escala é tocada buscando assim uma sonoridade específica, e esse efeito está entrelaçado com as notas que são enfatizadas. Claro, os acordes da base precisam estar dando a mesma intenção ou então o fraseado não funciona. A escala maior é a nossa referência sonora tonal e é nela que normalmente aprendemos a improvisar e criar. Quando solamos costumamos repousar na nota Dó, evitar o repouso na nota Fá, etc… coisas típicas de música tonal. Mas para solar modal temos que mudar a forma de tocar pois cada modo depende da ênfase correta.
Notas enfatizadas:
Jônico → C E (evita-se repousar no F quando ele não está no acorde da base)
Dórico → D F B (sexta maior em acorde menor)
Frígio → E F B (segunda menor)
Lídio → F A B (quarta aumentada em acorde maior)
Mixolídio → G B F (sétima menor em acorde maior)
Aeólio → A C (evita-se repousar no F quando ele não está no acorde da base)
Lócrio → B D F (quinta diminuta)
Agora tudo isso tem que combinar com a base, ela precisa entregar a mesma intenção. Então se a música está em Jônico o primeiro acorde precisa ser um Dó maior e tudo girar em torno dele. Se a música está em Dórico o primeiro acorde precisa ser Dm e tudo girar em torno dele. Se a música está em Frígio o primeiro acorde precisa ser Em e assim por diante.
Agora o que define a cadência de acordes modal? O primeiro acorde ter as notas características do modo ou ao menos a soma do primeiro acorde com o segundo entregar essas notas. Por exemplo:
D Dórico, como vimos acimas as notas características são: D F B.
O primeiro acorde precisa ser Dm (D F A), mas ele não tem todas as notas características. Então pode-se adicionar a nota que esta faltando no acorde (o B), fica Dm6 (D F A B), conhecido como acorde dórico. Ou essa nota pode aparecer no segundo acorde, basta pegar qualquer dos acordes do campo harmônico que possua a nota, por exemplo, C7M, Em7, G7 ou Bm7(b5).
Abaixo as cadências possíveis:
Campo Harmônico de C maior → C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5).
Jônico → C + qualquer acorde do campo harmônico.
Dórico → Dm + C7M ou Em7 (Em) ou G7 (G) ou Bm7(b5).
Frígio → Em + Dm7 (Dm) ou F7M (F) ou G7 ou Bm7(b5).
Lídio → F + C7M ou Em7 (Em) ou G7 (G) ou Bm7(b5) ou G/F.
Mixolídio → G + Dm7 (Dm) ou F7M (F) ou G7 ou Bm7(b5) ou Am7(b13).
Aeólio → Am + qualquer acorde do campo harmônico.
Lócrio → Bm7(b5) + qualquer acorde do campo harmônico.
Acordes típicos de cada modo usando o campo harmônico de Dó maior:
Jônico: C | C7M | C7M(9)
Dórico: Dm6 | Dm7(13)
Frígio: E74(b9)
Lídio: F7M(#11)
Mixolídio: G7
Aeólio: Am | Am7 | Am7(9)
Lócrio: Bm7(b5)
Como enfatizar uma nota: começando ou terminando nela, tocando a nota com mais força, colocando como nota mais aguda ou grave da frase, tocando a nota no tempo forte, repetindo ela como pedal, etc…
Espero ter ajudado e obrigado pelas palavras, um grande abraço!
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Pergunta:
José Ricardo…
“Parabéns pelo site por esse espaço aqui que nos permite tirar duvidas. Estou aprendendo a Penta m6 e gostaria de saber em cima de que acordes eu posso aplicar essa escala. Por exemplo em cima de uma progressão C Dm G eu tentei aplicar as pentas Dm6 Am6 e Em6, soaram mt dissonantes.. Seria pq esses acordes não apresentam a tensão? Grato”
Resposta:
A aplicação das pentas se dá dessa forma:
Penta m7 – Na sexta, segunda e terceira notas da escala maior.
Penta m6 – Na segunda nota da escala maior.
Penta M7 – Na quinta nota da escala maior.
Se usarmos o tom de Dó maior como exemplo temos a seguinte aplicação das pentas:
Escala de Dó maior (C D E F G A B)
Penta m7 em A, D e E.
Penta m6 em D.
Penta M7 em G.
Então quando o tom é Dó maior você pode usar as pentas de Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7.
Na prática em alguns momentos essas pentas podem soar um pouco estranhas, vou explicar…
A quarta nota da escala maior gera uma tensão desconfortável quando ela não está presente no acorde de fundo.
Ex: Dó maior (C D E F G A B), a quarta nota é Fá. Somente quando o acorde de fundo possuir a nota Fá você conseguirá repousar na nota Fá durante o solo, nos demais acordes o som é perturbador. Olhe os acordes do campo harmônico de Dó maior.
C7M, não tem a nota Fá na sua formação, então não será possível repousar na nota Fá durante o solo.
Dm7, tem a nota Fá na sua formação, então fica legal parar na nota Fá durante o solo.
Em7, não tem a nota Fá na sua formação, então não será possível repousar na nota Fá durante o solo.
F7M, tem a nota Fá na sua formação, então fica legal parar na nota Fá durante o solo.
G7, tem a nota Fá na sua formação, então fica legal parar na nota Fá durante o solo.
Am7, não tem a nota Fá na sua formação, então não será possível repousar na nota Fá durante o solo.
Bm7(b5), tem a nota Fá na sua formação, então fica legal parar na nota Fá durante o solo.
Com as pentas a situação é a mesma, aquelas que possuem a nota Fá vão criar um efeito estranho quando tocadas em cima de um acorde que não possui a nota Fá.
Penta de Am7 (notas: A C D E G) – não tem Fá, então funciona sempre pra qualquer acorde do campo harmônico de Dó maior.
Penta de Dm7 (notas: D F G A C) – tem a nota Fá, só funciona bem nos acordes que possuem a nota Fá nas sua formação.
Penta de Em7 (notas: E G A B D) – não tem Fá, então funciona sempre pra qualquer acorde do campo harmônico de Dó maior.
Penta de Dm6 (notas: D F G A B) – tem a nota Fá, só funciona bem nos acordes que possuem a nota Fá nas sua formação.
Penta de G7 (notas: G B C D F) – tem a nota Fá, só funciona bem nos acordes que possuem a nota Fá nas sua formação.
Fica assim…
Campo Harmônico de Dó maior, acordes X pentas:
C7M – aceita Pentas Am7 e Em7.
Dm7 – Pentas Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7.
Em7 – aceita Pentas Am7 e Em7.
F7M – Pentas Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7.
G7 – Pentas Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7.
Am7 – aceita Pentas Am7 e Em7.
Bm7(b5) – Pentas Am7, Dm7, Em7, Dm6 e G7.
Agora a tua progressão:
C | Dm | G
O tom da progressão é Dó maior, então pra solar use a escala de Dó maior ou as pentas da forma que descrevi acima.
Você usou…
Penta de Dm6-> como eu disse, só funciona bem em cima do acorde de Dm e G. No acorde de C soará estranho.
Penta de Am6-> não faz parte do campo harmônico, por isso não funcionou. Observe as notas que fazem parte da Penta (A C D E F#), essa nota Fá# vai comprometer tudo pois não faz parte da escala de Dó maior.
Penta de Em6-> não faz parte do campo harmônico, por isso não funcionou. Observe as notas que fazem parte da Penta (E G A B C#), essa nota Dó# vai comprometer tudo pois não faz parte da escala de Dó maior.
Um grande abraço!
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Pergunta:
Heverton Rocha…
“Olá Denis!!
Primeiramente parabéns pelo seu site! muito bom o conteúdo, e as músicas então, nem se fala!!
Muito bom
Bem…
Eu tenho uma dúvida com relação as tonalidades menores
Estou acostumado a praticar usando o ciclo de quartas, com 12 tonalidades maiores, com bemóis e depois com sustenidos.
Mas gostaria de saber como ficaria a lista das tonalidades menores que precisamos saber para praticar, se contém bemóis e/ou sustenidos, e como eu poderia montar essas escalas.
Ha, e por acaso você tem algum material ou explicação rápida sobre harmonia modal?
Grande abraço e até logo!”
Resposta:
Pra começar uma correção, são 15 tonalidades maiores:
1 – Uma sem acidentes (# ou b).
2 – 7 com sustenidos.
3 – 7 com bemóis.
C – sem acidentes
G – F#
D – F#, C#
A – F#, C#, G#
E – F#, C#, G#, D#
B – F#, C#, G#, D#, A#
F# – F#, C#, G#, D#, A#, E#
C# – F#, C#, G#, D#, A#, E#, B#
F – Bb
Bb – Bb, Eb
Eb – Bb, Eb, Ab
Ab – Bb, Eb, Ab, Db
Db – Bb, Eb, Ab, Db, Gb
Gb – Bb, Eb, Ab, Db, Gb, Cb
Cb – Bb, Eb, Ab, Db, Gb, Cb, Fb
3 dessas escalas são enarmônicas (possuem nomes diferentes para as mesmas notas):
C# = Db
Cb = B
F# = Gb
Toda escala maior tem a sua relativa menor, ou seja, uma escala menor que possui exatamente as mesmas notas. Pra achar a relativa basta…
1 – Andar 1 tom e meio abaixo da tônica.
Dó maior menos 1 tom e meio = Nota Lá (Lá menor tem as mesmas notas de Dó maior, são relativas), ou…
2 – Ir até a sexta nota da escala maior.
Escala de Dó maior (C D E F G A B). A sexta nota é Lá, então a relativa de Dó maior é Lá menor, ou…
3 – Andar 4 tons e meio acima da tônica.
Dó maior mais 4 tons e meio = Nota Lá (Lá menor tem as mesmas notas de Dó maior, são relativas).
Então fica assim a tabela de relativas:
C = Am
G = Em
D = Bm
A = F#m
E = C#m
B = G#m
F# = D#m
C# = A#m
F = Dm
Bb = Gm
Eb = Cm
Ab = Fm
Db = Bbm
Gb = Ebm
Cb = Abm
Os desenhos da escala menor serão os mesmos usados para a maior, abrangendo o braço todo.
Consulte o link abaixo:
Biblioteca dos Shapes de Escalas
Os desenhos são aqueles chamados de Modos Gregos (Pattern 3 x 3, CAGED e os simétricos).
Sobre harmonia modal estou preparando um mega curso que abrangerá entre muitas coisas as cadências modais, progressões, etc… fique ligado.
Um grande abraço!!!
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Pergunta:
Carlos Sannomiya…
“Denis por favor , poderia explicar como são formados os shapes de arpejos e como utiliza-los? no sistema CAGED os arpejos são sempre os mesmos?”
Resposta:
Primeiro é preciso entender claramente o que é arpejo…
Arpejo-> as notas que formam um acorde tocados de forma melódica, uma depois da outra, independente da ordem (dedilhar um acorde de posição fixa é tocar um arpejo).
Exemplo: O acorde de C tem as notas Dó, Mi e Sol. Se tocá-las simultaneamente você terá o acorde de C, se tocá-las em sequência terá o arpejo de C. A posição no braço não faz a mínima diferença, o que define o arpejo é quais as notas que você está tocando.
e——————3——————————————-
B———————5————5—————————
G———5—————–5———————————-
D————-5————————————————
A——3—————–3—-3——————————
E————————————————————-
Observe no exemplo acima que as notas foram tocadas fora de ordem (C, C, G, G, E, C, C, C, E), mas de forma melódica. Isso é um arpejo de C.
Agora shape é apenas uma forma conveniente de tocar o arpejo no braço, um desenho a ser lembrado e fácil de transportar para outras tônicas. Um shape tem um objetivo, que pode ser:
1 – Ocupar poucas casas, ou…
2 – Ser diagonal e simétrico, ou…
3 – Ser construído em torno do formato do acorde (CAGED), ou…
4 – Ser fácil de ser executado (por exemplo, número ímpar de notas por corda), ou…
5 – Usar cordas soltas, ou…
6 – Ter um desenho simples, fácil de ser lembrado, ou…
7 – cumprir um objetivo definido, que pode ser um dos citados acima ou qualquer outro.
Você mesmo pode espalhar as notas do arpejo ao longo do braço usando um desenho numa folha de papel e descobrir novas formas de tocá-lo, que se adequem a você.
No link abaixo você encontra os formatos mais comuns:
Biblioteca dos Shapes de Arpejos
O sistema CAGED (ou sistema 5) é um desses padrões e gira em torno do formato do acorde tocado.
Um grande abraço!!!
Pergunta:
Carlos…
“Denis , muito bom seu site, parabens, Gostaria de saber o porque da escala pentatonica maior e menor terem o mesmo desenho ? ”
Resposta:
As pentatônicas possuem o mesmo desenho pois na verdade são a mesma escala, são relativas. Assim como a escala diatônica (maior) tem a sua relativa menor, o mesmo acontece com a pentatônica. A razão disso é facilitar a aplicação, onde você usa a tônica da penta na mesma tônica da música.
Música em Dó maior-> use a penta de Dó maior.
Música em Lá menor-> use a penta de Lá menor.
Como elas são na prática a mesma escala podes usar a penta de Am na música em Dó maior, ou a penta de C na música em Lá menor, tanto faz. A minha preferência é usar apenas o termo penta m7 (mais popular) e esquecer a relativa maior. Quando quero tocar numa música maior apenas desloco a penta 1 tom e meio pra baixo.
Exemplo 1: Música em Dó maior. Deslocando a penta 1 tom e meio pra baixo temos a Penta de Am7.
Exemplo 2: Música em Sol maior. Deslocando a penta 1 tom e meio pra baixo temos a Penta de Em7.
Exemplo 3: Música em Mib maior. Deslocando a penta 1 tom e meio pra baixo temos a Penta de Cm7.
Exemplo 4: Música em Lá menor. Use a penta em Am.
Exemplo 5: Música em Fá menor. Use a penta em Fm.
Exemplo 6: Música em Mi menor. Use a penta em Em.
Abaixo as equivalências:
Penta de C = Penta de Am
Penta de G = Penta de Em
Penta de D = Penta de Bm
Penta de A = Penta de F#m
Penta de E = Penta de C#m
Penta de B = Penta de G#m
Penta de F# = Penta de D#m
Penta de C# = Penta de A#m
Penta de F = Penta de Dm
Penta de Bb = Penta de Gm
Penta de Eb = Penta de Cm
Penta de Ab = Penta de Fm
Penta de Db = Penta de Bbm
Penta de Gb = Penta de Ebm
Penta de Cb = Penta de Abm
Um grande abraço!
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Pergunta:
Bruno Francisco dos Santos…
“OLA AMIGO, ME TIRA UMA DUVIDA, EU TENHO UMA SEMI ACUSTICA TAGIMA BLUES 3000, TEM UM AMIGO MEU TEM UMA CONDOR MODELO LES PAUL CLP2 S, SERIA VIAVEL PRA MIM TROCAR? ESSA CONDOR É MELHOR DO QUE MINHA TAGIMA??? O SOM DAS DUAS? PRA VC QUAL É A MELHOR??? AGRADEÇO PELO SITE, AGUARDO SUA RESPOSTA… VLW”
Resposta:
Se você pensar em termos de valor, as duas são equivalentes. Agora possuem funções completamente diferentes, e isso deve ser determinante na hora de você avaliar a viabilidade do negócio.
Que tipo de música você quer tocar?
A guitarra semi acústica serve para tocar jazz, blues, música brasileira, coisas com pouquíssima distorção. É uma guitarra dura pra fazer bends, tappings e técnicas mais modernas.
A Les Paul serve pra tocar blues, rock, hard, heavy e coisas com distorção. Boa pra fazer bends e para solos com pegada, mas versátil.
Daí a tua decisão deverá ser definida de acordo com o tipo de música que quer tocar, a versatilidade que busca e os tipos de técnica que deseja usar.
Um grande abraço!
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Pergunta:
Alan…
” olá,gostaria de saber o seguinte: no campo harmonico da menor harmonica e melódica existem acordes que descaracterizam a tonalidade menor, então esses dois campos harmonicos devem ser usados para fazer apenas AEM (como no caso da V7) p uma tonalidade menor natural? Gostaria também de ter uma rápida explicação sobre música modal usando alguma música conhecida independente do gênero se possível. Desde já um abraço ”
Resposta: A tonalidade menor é caracterizada pelo emprego dos acordes dos 3 campos harmônicos (natural, harmônico e melódico). O uso das alterações vindas da harmônica e melódica são uma forma de tentar aproximar a tonalidade menor da tonalidade maior, obtendo o mesmo tipo de concordância harmônica. O uso do V7 foi vital para criar o movimento dominante->tônica, fundamental para a caracterização do sistema tonal.
Dificilmente teremos uma música escrita apenas para o campo harmônico menor harmônico ou melódico, agora pequenas cadências são bastante comuns. Boa parte dos acordes desses campos menores são usados como emprestimo modal para a tonalidade maior, ou como passagem e aproximações cromáticas.
Agora sobre o exemplo modal: escute Flying in a Blue Dream do Joe Satriani. A primeira parte usa a escala de Sol maior (1 sustenido – F#), mas o acorde inicial é o C. Toda a música gira em torno dessa tônica Dó e ele enfatiza a nota F#. Isso é um exemplo claro de Lídio (ênfase no quarto grau da escala diatônica).
Observe:
Sol Maior-> G A B C D E F#
Quarto grau (Lídio)-> Nota C. Reescrevendo a escala começando do Dó:
C D E F# G A B C
Se compararmos com a escala de Dó maior notaremos uma única nota de diferença (F#), que será a nota característica do modo.
Um grande abraço!
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Pergunta:
Alan…
“cara, tenho uma dúvida
eu aprendi q uma escala maior tem sua relativa menor com as mesmas notas, então como diferenciar, por exemplo, as escalas num solo? E por favor faça uma aula sobre harmonia em bloco explicando de forma bem fácil, pois as apostilas que já lí n ajudaram muito. Agora uma sugestão, pq você não faz vídeo aula e posta aqui? ”
Resposta: Não só a relativa menor tem as mesmas notas mas todas as outras relativas também (chamamos de modos gregos). O que muda é a intenção e a relação da melodia com os acordes da base.
Se a harmonia está em Dó maior chamamos a escala de Dó maior.
Se a harmonia está em Lá menor chamamos a escala de Lá menor.
Se você estiver usando o desenho da escala de Lá menor em cima de uma música em Dó maior, ela passará a ser chamada de escala de Dó maior.
Se você estiver usando o desenho da escala de Dó maior em cima de uma música em Lá menor, ela passará a ser chamada de escala de Lá menor.
Pra saber definir a tonalidade observe o acorde do início e fim. Também tente detectar os clichês harmônicos de cada tonalidade, listo alguns…
Tom de Dó maior, cadências típicas:
C | F | G | C ou C | G | F | F | C ou C | Dm | G | C
ou C | Am | F | G | C ou C | G | F | Dm | C etc…
Tom de Lá menor, cadências típicas:
Am | Dm | E | Am ou Am | Dm | Em | Am
ou Am | G | F | E | Am ou Am | F | G | Am
Boas as tuas sugestões, vou implantar aos poucos, um grande abraço!
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Pergunta:
Ector Schneider
K’ra’k rapá…
muito bom o teu CD, parabéns… espero que tudo de certo no guitar Idol…
o teu site é manero…
eu tava com uma duvida…
qual programa vc usa pra fazer as tuas backtracks?
eu sou baterista, e estou precisando de um programa que preste kkkk
se tu puder me ajuda agradeço…
sucesso aee pra vc…
flw
vlw
Resposta:
Olá Ector, tudo bem?
Uso para todas as pré-produções um programa da Steinberg chamado Cubase 5 com várias bibliotecas de timbres (Hallione, etc…). O programa me permite escrever as linhas dos instrumentos, trabalhar a dinâmica, quantizar o swing, alterar o timbre e modificar todas as pequenas nuances que fazem o som soar real.
http://www.steinberg.net/en/products/cubase/cubase6_start.html
Um grande abraço!
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Pergunta: Olá Denis,
Parabéns pelo site, está ótimo. Só uma dúvida.. se os desenhos da pentatônica maior e menor são iguais, por que a penta maior 7 do site está diferente?
Grato,
Almir
Resposta: Olá Almir.
Vou responder a tua pergunta por partes.
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1 – Uma pentatônica é uma escala de 5 notas (penta). Nossa música ocidental usa 12 notas, então uma pentatônica é um agrupamento de 5 notas entre as 12 notas possíveis. Por essa lógica podemos gerar vários tipos de pentatônicas. As mais comuns são:
Penta m7: 1 ½ | 1 | 1 | 1 ½ | 1
Penta m6: 1 ½ | 1 | 1 | 1 | 1 ½
Penta M7: 2 | ½ | 1 | 1 ½ | 1
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2 – Para nominar a pentatônica devemos constatar quais graus da escala fazem parte da sua construção.
Penta de Am7: | A | C | D | E | G
Lá é a primeira nota, chamamos de tônica (a mais forte da escala, o ponto de partida).
Si não existe nessa pentatônica, então ela não tem a segunda nota.
Do é a terceira nota (terça).
Ré é a quarta nota (quarta).
Mi é a quinta nota (quinta).
Fa não existe nessa pentatônica, então ela não tem a sexta nota.
Sol é a sétima nota (sétima).
O que define uma escala como maior ou menor é a sua terceira nota (terça). Se essa nota está localizada 1 ½ acima da tônica a pentatônica é menor, se essa nota estiver 2 tons acima da tônica, a pentatônica é maior.
No exemplo: A | C | D | E | G a distância entre Lá e Do é de 1 ½ tons, então essa pentatônica é menor. Como ela possui sétima chamamos a penta de Lá (Tônica) menor (terça) 7 (tem sétima): Penta Am7.
Exemplo 2: A | C | D | E | F#
Tônica: Lá
Terça: Do. Está localizada 1 ½ tons acima da tônica – Terça menor.
Sexta: Fa#
É então denominada penta de Am6.
Exemplo 3: A | C# | D | E | G
Tônica: Lá
Terça: Do#. Está localizada 2 tons acima da tônica – Terça maior.
Sétima: Sol
É então denominada penta de A7.
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3 – Pentatônicas relativas:
A penta de Am7 (A | C | D | E | G) pode ser vista de uma forma diferente, começando pela nota Do.
C | D | E | G | A → são as mesmas notas agrupadas de forma diferente.
Do é a primeira nota, chamamos de tônica.
Ré é a segunda nota (segunda).
Mi é a terceira nota (terça).
Fa não existe nessa pentatônica, então ela não possui quarta.
Sol é a quinta nota (quinta).
La é a sexta nota (sexta).
Si não existe nessa pentatônica, então ela não possui sétima.
Então chamamos essa pentatônica de Do (Tônica), maior (pois a terça está 2 tons acima da tônica), com sexta (pois ela possui a sexta nota): Penta de C6, também conhecida como pentatônica de Do maior.
Então pentatônica de Am7 = C6 pois possuem as mesmas notas e são tocadas do mesmo jeito no braço. São chamadas de relativas. Agora lembre que a penta de Am7 não é a única menor que existe e a penta de C6 não é a única maior. Quando dizemos que a penta menor é igual a maior estamos nos referindo as pentatônicas relativas do exemplo acima.
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Alguns exemplos de pentas menores:
T – Tônica (pode ser qualquer uma das 12 notas).
Tm7 ou Penta menor (Aeólio) – | 1 ½ | 1 | 1 | 1 ½ | 1 |
Tm6 ou Penta Dórico – | 1 ½ | 1 | 1 | 1 | 1 ½ |
Tm7M ou Penta Harmônica – | 1 ½ | 1 | 1 | 2 | ½ |
Tm7(b5) ou Tø ou Penta Lócrio – | 1 ½ | 1 | ½ | 2 | 1 |
T° ou Penta diminuta – | 1 ½ | 1 | ½ | 1 ½ | 1 ½ |
Alguns exemplos de pentas maiores:
T6 ou Penta maior – | 1 | 1 | 1 ½ | 1 | 1 ½ |
T7 ou Penta Mixolídio – | 2 | ½ | 1 | 1 ½ | 1 |
T7M ou Penta Jônico – | 2 | ½ | 1 | 2 | ½ |
T7M(#11) ou Penta Lídio – | 2 | 1 | ½ | 2 | ½ |
Penta sem terça:
Penta Frígio: | ½ | 2 | 1 | 1 ½ | 1 |
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