Minha Paleta de Sons
Nessa página vou discorrer um pouco sobre o equipamento que habita meu pedalboard/s e de que forma faço a aplicação dos efeitos.
PEDAL 1 – JHS Andy Timmons+: quando não posso levar o amp comigo, esse pedal é uma alternativa excelente. O drive lembra demais um amp valvulado e possui um toggle switch que simula diferentes headrooms (25w, 50w ou 100w). Tem um botão AIR que funciona como presença e um booster pra engordar a distorção empurrando o sustain. Médios definidos e agudos arredondados, sem aquele estridente cortante de muitos pedais. Se você curte o timbre do Andy Timmons, essa versão (v2) é o resultado dos ajustes feitos pelo próprio guitarrista. Vale a pena conferir o site da JHS Pedals e o canal deles no Youtube com muitas dicas e knowhow.
PEDAL 2 – Electro Harmonix Big Muff Ram’s Head: versão moderna e atualizada do violet Ram’s Head de 1973, pedal que foi imortalizado pelo David Gilmour no solo de Comfortably Numb. Apesar de ser um fuzz, esse pedal satura bem parecido com um distortion. Tem o timbre mais fechado e um sustain incrível. Dá pra usar ele empurrando um overdrive como o Tube Screamer. Se adicionar o EHX Electric Mistress (flanger com chorus) e um delay, fica bem parecido com Pink Floyd. É um pedal excelente para solos lentos com expressividade.
PEDAL 3 – MXR Carbon Copy Delay: Esse delay tem o circuto analógico tipo Bucket-brigade com até 600ms de atraso. A cada repetição o som muda, deteriorando um pouco o sinal de forma orgânica. Tem o timbre mais fechado (“dark”), evitando que o acúmulo das repetições confundam a inteligibilidade da guitarra. Dessa forma pode ser usado com o mix alto sem competir com o som puro do fraseado, excelente para solos rápidos. Também tem um botão de modulação que traz uma cor diferente ao delay. Esse pedal tá sempre no meu pedalboard.
PEDAL 4 – Electro Harmonix Soul Food: tem o circuito baseado no Klon Centaur do Bill Finnegan. É um overdrive bastante transparente e pode ser usado como booster, drive ou sutilmente para enriquecer os harmônicos. Sua topologia consiste em um sinal “clipando” um OP-amp somado ao sinal limpo da guitarra, preservando a definição e a dinâmica. O Klon original é inatingível custando acima de 1k dólares. Recebi a recomendação do Soul Food do grande “tone aficionado” Arthur Rodrigues, e esse pedal costuma transitar com frequência no meu pedalboard. É um efeito que dá pra deixar ligado sempre, tudo soa melhor passando pelo seu circuito.
PEDAL 5 – Boss BD-2: um clássico da Roland Boss, um pedal de drive que parece um amplificador valvulado tocado no talo. Tem uma saturação balanceada com harmônicos bem presentes sem comprimir demais o som. Pode ser usado na frente do amp para empurrar o sinal de entrada aumentando o sustain e o drive. Também funciona como booster colorindo o som de forma natural. Porém, costumo usá-lo de outra forma, com o drive entre 10-15% esquentando os sons limpos da guitarra. Assim seu circuito entrega corpo aos timbres clean e um leve crunch quando toco com maior intensidade.
PEDAL 6 – Digitech Bad Monkey: de tantos clones do circuito clássico do Tube Screamer 808, esse se destaca e oferece um pouco mais de flexibilidade. Ao invés de um botão de Tone, o Digitech permite controlar o HIGH e o LOW em knobs separados. Tem os médios bem definidos com um ar levemente vintage. Todo o alcance da distorção é funcional e vai de booster até um overdrive pesado. Tem 2 saídas, a convencional e outra pra plugar direto no mixer ou na placa de som com um Cabinet Emulation (emulação de caixa de som) que soa razoável.
PEDAL 7 – Electro-Harmonix Green Russian Big Muff Pi: sempre hesitei em usar fuzz até me deparar com o relançamento do Violet Ram’s Head, pedal icônico eternizado pelo David Gilmour no solo de Comfortably Numb (e muitos álbuns pós 76). O Green Russian é um pedal da década de 90 e foi minha segunda aquisição desse mundo quase indomável do fuzz. Boa parte dos efeitos que encontramos no mercado costumam ficar estridentes, perdendo a definição num emaranhado de saturação. Esse pedal da EHX parece um overdrive/distortion até o meio do knob de tom, e depois muda gradualmente para um fuzz, sempre agradável, sem exageros. Define muito bem cada nota e tem um sustain longo, sem perder o corpo grave.
PEDAL 8 – Boss Graphic Equalizer GE-7: uso esse pedal essencialmente como um boost limpo. As 7 bandas de equalização vão de 100hz até 6,4khz permitindo a atenuação ou aumento de até 15db por frequência, mais do que suficiente para resolver problemas pontuais. O pedal é buffered bypass, então é um aliado na regenereção do sinal depreciado pelas longas metragens de cabos. O slider de volume ainda permite valores negativos, então é possível aplicá-lo também como atenuador. Além de um pedal de correção, o GE-7 pode ser usado para esculpir novos timbres de guitarra, seja filtrando certas frequências, seja evidenciando outras.
PEDAL 9 – MXR Custom Shop 36 IL Diavolo Overdrive: esse pedal foi feito em parceria com o designer de pedais italiano Carlo Sorasio. Tem um switch para alternar entre clipping simétrico (como no Tube Screamer) e assimétrico (como no Boss SD-1). A saturação vai de um som limpo com boost de harmônicos até próximo a um distortion. É um pedal que entrega corpo médio-grave sem perder riqueza nos agudos. A mudança do tipo de clipping stage faz os demais controles como volume, tone e drive reagirem de forma particular. Dessa forma o espectro sonoro amplia consideravelmente. São 2 ou mais overdrives em um único e compacto dispositivo.
PEDAL 10 – MXR Super Badass Distortion: sempre toquei com amps valvulados e uso a combinação de pré (sempre 12ax7) com amplificação (EL34, EL84 ou 6L6) para gerar meus drives. Essa forma direta de conexão entre a guitarra e o amp+falante permite o timbre aflorar, soando natural e dinâmico. Procurei um pedal de distorção que fosse extremamente versátil, que funcionasse de forma íntegra em todo o espectro do drive, e que comprimisse o sinal parecido com um amp valvulado. Depois de testar dezenas de circuitos me deparei com esse MXR, e foi afinidade imediata. Esse é o drive no formato stompbox que uso com mais frequência.
PEDAL 11 – Fulltone OCD v2: um clássico desde 2004, já teve inúmeras versões (1.0-1.8 na versão 1 e 2.0 e variantes na versão 2). Uso a nova versão 2.01, um pedal de overdrive clipando com Mosfets denominado “Obsessive Compulsive Overdrive”. Tem um som com características próprias (não é um clone modificado do tube screamer), com bastante dinâmica. Seu drive transita entre um overdrive e um distortion tradicional e funciona perfeitamente em qualquer posição da cadeia de sinal (buffer na saída). A impedância de entrada é de 1 mega ohms aumentando a compatibilidade com captadores single e humbuckers. Ele possui uma chave seletora entre HP (High Peak) soando mais distorcido, com médios pronunciados e maior volume, numa onda Marshall ou Vox – e LP (Low Peak), com pouca coloração, ideal para boost limpo.
PEDAL 12 – Tc Electronic MojoMojo: descobri esse pedal através de uma entrevista com o Paul Gilbert. Ele aplica o overdrive para corrigir as frequências agudas e como mecanismo de baixa compressão para aumentar o corpo das notas. Por essa razão o pedal está sempre ligado na sua cadeia de sinal. É um overdrive que satura mantendo a dinâmica, com um timbre médio grave (warm tone). Funciona muito bem como booster trazendo sustain e definição aos solos. Eu redescobri a versatilidade desse pedal plugando-o diretamente em frente a um amp valvulado com a amplificação levemente clipada. A TC Electronic lançou recentemente um modelo signature Paul Gilbert com uma chave que leva o drive ao “11”.
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