Composição
Compor é a atividade exercida pelo músico de maior pureza pois revela toda a natureza de sua vivência musical, expôe seus gostos e perpetua, registra uma época da alma. É tão íntimo que desnuda o compositor que fica atordoado com a sinceridade de sua produção, e se reconhece. E se faz conhecer.
A prática da composição deve ser constante e frequente, só ficamos bons naquilo que desprendemos esforço e tempo, entendendo aos poucos os mecanismos e as ferramentas. Ter o controle pleno do processo de composição possibilita o controle do resultado e com isso forçamos a música ao seu objetivo. Por que estou compondo?
A criação musical tem várias razões. Faz-se música para entreter, para divertir, para comover, para assustar, para soldar os vários aspectos de se viver. Hoje não se vive sem música, ela permeia todos os cantos, está em todos os lugares, incrustada na nossa dependência.
Todo o tipo de arte é informação, é comunicação, e esse caminho tem duas pontas. O compositor diz e o ouvinte escuta, a sua maneira. É impossível forçar uma interpretação, mas podemos estimular, e poder fazer isso bem faz o bom compositor.
Tipos de composição:
1 – Repertório do artista/banda: músicas que estejam enquadradas no estilo do artista/banda e servem para promover o mesmo. É esse repertório que tem a busca consciente do ouvinte, que usa os próprios critérios na escolha, que consome. Para compor nesse molde deve-se ter conhecimento do mercado e ter direcionamento estratégico.
2 – Trilha sonora: filmes, programas de televisão, eventos, entretenimentos. Serve para solidificar o processo de interação entre o ouvinte e o meio. Com a música sentimos melhor a história do filme, nos unimos na torcida pelo time ou fazemos jus aos rituais de passagem.
3 – Propaganda: associa o produto comercializado a lembrança da música. Serve para solidificar uma marca e promover o consumo do objeto, do evento ou da pessoa.
4 – Desafiadora: serve para quebrar os padrões do comum e arriscar novos horizontes. É mudar a música que conhecemos impondo regras novas, é o inusitado. Promove mudanças no consumo de música e estimula tendências, cria épocas na história.
5 – Espontânea: se enquadram os improvisos e o aleatório. Aquilo que é definido em tempo real, que depende das circunstâncias e do meio para existir. Que se não for registrado deixa de ser. Usa bastante o espontâneo e as condições do momento, usa o ser de forma integral, sua lógica e seu acaso.
Racional X Intuitivo:
As pessoas são diferentes, as vivências musicais também e cada um carrega na bagagem o reflexo de todas as interações com música vividas ao longo dos anos. Cada um deve buscar os mecanismos que julga serem apropriados e que gerem resultados, independente de serem sistemáticos ou livres.
A intuição e a criação espontânea imprime na música o seu entendimento empírico, é o reflexo da forma com que você sente musica. O racional por sua vez oferece possibilidades que vão além da sua vivência musical, ele abre o leque.
Acredito que o ideal seja equilibrar os processos, ser livre mas também usar as ferramentas da teoria. Procure praticar a composição de formas diferentes, criar de várias formas, ir aos poucos conhecendo o seu processo criativo.
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