Estudo de música
O que estudar para evoluir de forma efetiva no instrumento? Como ser, além de um bom instrumentista, um músico completo, independente e criativo? Até que ponto temos que abrir o leque do aprendizado e conhecer assuntos que vão além da mecânica do nosso instrumento?
Logo nos meus primeiros meses com a guitarra fui obrigado a aceitar que dominar o instrumento seria dominar outros aspectos do aprendizado musical. Tocar está imerso nesse emaranhado, onde a técnica é fatalmente influenciada por outros assuntos. Fazer música com qualidade não é apenas desbravar os segredos da articulação e do desempenho motor, mas entender que música se faz com inteligência, com alma e com vivência.
Parece que saber o que estudar pode ser ainda mais difícil do que estudar em si, pois isso não depende de regras. Cada indivíduo anseia um diferente objetivo, cada ser interpreta e projeta a música de forma diferente. Então cabe, através da experiência, descobrir e traçar os melhores caminhos, aqueles que pareçam naturais e que levem ao resultado projetado.
Posso, claro, listar e responder então algumas perguntas de acordo com a minha prática musical e que isso seja apenas o catalisador para o processo de auto avaliação do músico em formação.
1 – O que devo estudar além de guitarra?
Tópicos do Programa de estudo (listagem completa)
A – Técnica
C – Ouvido
D – Teoria/Harmonia
E – Teorias Diversas
F – Improvisação
G – Composição
H – Apreciação Musical
I – Prática em Conjunto/Gravação
J – Repertório
K – Saúde
2 – Quantas horas devo estudar por dia?
Isso vai depender da quantidade de horas que tem disponível por dia. Estudar pouco, mas com frequência, vai muito além do que estudar muito quase nunca. O cérebro precisa de tempo para assimilar toda a informação recebida e estabelecer toda a teia de relações. Após algumas horas na mesma atividade o desempenho cai bastante, então a soma de horas não justifica o pouco aprendizado. Trocar o que está aprendendo por outro assunto, mesmo que não relacionado com música, ajuda a concretizar o que foi absorvido. Prefiro pensar em porcentagem onde divido o tempo que tenho reservado para estudar por todos os tópicos listados no programa de estudo, e acho que entre 2 e 4 horas por dia sejam suficientes.
O músico de verdade é aquele que vive música, não só no seu instrumento mas no dia-a-dia. Seja indo a shows, observando outros músicos, cantarolando uma melodia, percutindo um ritmo, conversando sobre música, lendo, escrevendo e por aí vai.
3 – A disciplina é importante?
A disciplina do entusiasmo é fundamental e é ele que faz todo o resto acontecer. Ficar sempre motivado é o segredo para estar sempre em contato com o aprendizado musical, e muitas vezes precisa-se de pouco para reestabelecer e recuperar essa energia. Pode ser uma música, um video de um músico diferente ou mesmo a ambição pelo sucesso do futuro.
4 – Devo usar algum método de estudo ou criar um próprio?
Não se pode desprezar tudo que foi discutido musicalmente pelas pessoas que viveram a prática. Ter um bom conhecimento de toda a literatura musical é poder lidar com os erros e acertos e assim cortar um atalho. É um privilégio ter séculos de conturbações musicais resolvidas em páginas de livros de fácil acesso e poder partir daí, escrevendo de acordo com o atual. A música muda em com ela mudam as regras, mas deve-se entender essa evolução para compreender plenamente o presente.
O método perfeito de estudo é aquele que se enquadra com a personalidade e vontades do músico. É aquele criado e aprimorado de outros pré escritos, mas renovado e adaptado.
5 – Que fontes devo procurar para enriquecer meu estudo?
Toda a fonte de informação é boa se usada de forma cautelosa. Infelizmente muito conteúdo disponível também é carente de confiança e é cruzando as informações que se filtra a verdade. Não se detenha a uma mídia, amplie as possibilidades. Algumas são típicas:
- Livros – Excelentes para assuntos como teoria, harmonia, arranjo e relacionados. A maior parte das publicações está em inglês mas pode-se encontrar bons lançamentos em português. Procure priorizar os livros com bastante edições e recomendações.
- Revistas – Possuem assuntos variados e ilustrados e são válidos por isso. Não costumam trazer assuntos mais aprofundados e complexos para não fugir do público alvo, mas geralmente estão atualizadas com o mercado e incitam o busca pelo novo.
- Internet – Fonte de controvérsias decorrente da falta de controle de qualidade. Muita coisa boa se publica, mas muita coisa estrondosamente errada também. Confie nos sites de grandes empresas ou músicos, que tenham sido bem mencionados e procurados.
- Gravações de audio e video – Nada melhor do que o registro do que já foi feito no privilégio da incansável repetição. Poder observar e escutar inúmeras vezes, no espaço de tempo desprendido é uma verdadeira facilidade. Era a principal fonte de músicos no século passado que usavam o ouvido para aprender.
- Performances ao vivo – A forma perfeita para se deparar com a música no momento real de criação. É poder sentir o peso do timbre, ver o movimento do músico, respirar o ambiente da projeção musical e fazer parte do momento. É a manifestação musical na sua essência, a música de verdade.
- Professores de música – Além do ensino formal a mera discussão com alguém que vive música de forma diferente pode ser muito enriquecedor. O professor não é alguém que sabe mais, mas que sabe diferente, e por essa razão ele pode ser qualquer outro músico. O professor de verdade é aquele que usa seus conhecimentos como parâmetros para a discussão do processo de ensino e conteúdo, levando o aluno para a auto descoberta.
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