Música – Coisas importantes para saber e dominar

O entendimento de todos os processos que definem e formam a teoria da música é sem dúvida um aspecto crucial do estudo. Ele possibilita a independência através do pensar musical trazendo a rediscussão dos temas e dos conceitos. Agora, entender o mecanismo por si só não garante o bom desempenho no instrumento, para isso é preciso conquistar uma boa fluidez do conhecimento fazendo uma tradução eficiente da teoria para a prática, da cabeça para os dedos.

Nessa página vou aos poucos adicionando pequenos exercícios e macetes para aumentar a eficiência da aplicação teorica e garantir um suporte sólido que sustente todos os tópicos do estudo de guitarra.

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Exercício 1: Saiba as notas da escala de Dó maior de trás para frente.

C D E F G A B C

Ao contrário: C B A G F E D C

Motivos:

Ao improvisar você terá o controle das notas que está tocando possibilitando enfatizá-las de forma correta para uma boa formação do fraseado.
Possibilita a inserção de tensões e ornamentos em acordes e arpejos.
É fundamental para uma leitura eficiente de partitura.
A escala invertida descreve as sétimas de cada tônica musical.

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Macete 1: Você pode aproximar harmonicamente um acorde maior com 2 outros acordes maiores localizados 1 e 2 tons abaixo. Esses acordes fazem parte dos “Acordes de Empréstimo Modal” e tem função subdominante.

Exemplo:

Ab→ Bb→ C

Cadência de exemplo em Dó maior:

C | Dm7 | Ab | Bb | C
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Exercício 2: Conheça as terças de cada uma das notas da escala de Dó maior.

Ascendente→ C E G B D F A C

Descendente→ C A F D B G E C

Memorize a sequência e aprenda a verbalizar partindo de qualquer uma das notas.

Motivos:

Saber a estrutura de montagem de qualquer acorde.
Saber a estrutura de montagem de qualquer arpejo no formato ascendente ou descendente.
Conseguir construir o contraponto no arranjo de guitarras em terça.
Desmembrar uma escala como sobreposição de arpejos. Exemplo→ A escala de Dó maior poderá ser analisada como a soma dos arpejos de C7M + Dm7.

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Macete 2: Saiba a posição do trítono dentro da escala maior e como resolvê-lo.

Exemplo em Dó maior (trítono→ F e B)…

F→E | B→C

Dessa forma é possível criar o “balanço tonal” na elaboração da melodia trabalhando o contraste entre a tensão do trítono e da sua resolução.

Na aplicação modal a resolução do trítono alivia a tensão das notas características criando um bom movimento melódico sem perder a intenção.

Jônico, Frígio, Mixolídio, Aeólio e Lócrio usam como característica a nota Fá (quarta da escala). São os mesmos graus dos acordes tônicos e dominantes.

Dórico e Lídio usam como característica a nota Si (sétima da escala). São os mesmos graus dos acordes subdominantes.

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Exercício 3: Saiba verbalizar todos os intervalos a partir de uma tônica, tanto na forma ascendente quanto descendente.

Quartas ascendentes→ C F B E A D G C

Quartas descendentes→ equivale ao de quintas ascendentes (inversão de intervalos)

Quintas ascendentes→ C G D A E B F C

Quintas descendentes→ equivale a quartas ascendentes (inversão de intervalos)

Sextas ascendentes→ C A F D B G E C

Sextas descendentes→ equivale a terças ascendentes (inversão de intervalos)

Motivos:

Para arranjos de contraponto com intervalos diferentes da sobreposição em terças.
Quartas→ Para a visualização de harmonias e arpejos em quarta.
Quintas→ Para o domínio do Ciclo de Quintas (tonalidades, modulações, preparações).
Sextas→ O contraponto de sexta tem aplicação semelhante ao contraponto em terças. Conhecimento das relativas menores.
Domínio das tensões dos acordes.

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Macete 3: Para substituir um acorde dominante (T7).

Na sua terça use os acordes do tipo: Tm7(b5) | To

Na sua quinta use os acordes do tipo: Tm6 | To

Exemplo: Substituir o acorde de G7 (G B D F)

Terça→ Nota B→ Acordes de Bm7(b5) e Bo.

Quinta→ Nota D→ Acordes de Dm6 e Do.

E todos esses 3 tons acima…

G7 + 3 tons = Db7
Bm7(b5) + 3 tons = Fm7(b5)
Bo + 3 tons = Fo
Dm6 + 3 tons = Abm6
Do + 3 tons = Abo

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Exercício 4: Saiba o Ciclo das Quintas.

C→ G→ D→ A→ E→ B ou Cb→ F# ou Gb→ C# ou Db→ Ab→ Eb→ Bb→ F→ C

Motivos:

Uma escala pentatônica m7 será sempre 5 quintas seguidas do ciclo.
Uma escala maior será sempre 7 quintas seguidas do ciclo.
As escalas maiores ganham alteração na mesma sequência do ciclo. Escala de C→ sem alteração. Escala de G→ 1 sustenido. Escala de D→ 2 sustenidos. Escala de A→ 3 sustenidos e assim por diante.
As soluções modais para improvisar sobre um acorde são 3 escalas seguidas do ciclo. Por exemplo: Acorde de C. Escala de F (Mixolídio), escala de C (Jônico) e escala de G (Lídio).
As escalas proximas no ciclo também são modulações proximas, fáceis de serem realizadas.

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Macete 4: Saiba a relação de proximidade entre os acordes, facilita a montagem e o domínio do braço da guitarra.

Formato do tipo T7 basta subir a tônica ½ tom para obter o formato To.

Ex: C7, mova a tônica Dó para Dó# e mantenha as outras notas fixas, o acorde muda para C#o.

Formato do tipo T7M basta subir a tônica ½ tom para obter o formato Tm7(b5).

Ex: C7M, mova a tônica Dó para Dó# e mantenha as outras notas fixas, o acorde muda para C#m7(b5).

Formato do tipo Tm7 basta descer a tônica ½ tom para obter o formato T7M(#5).

Ex: Cm7, mova a tônica Dó para Si e mantenha as outras notas fixas, o acorde muda para B7M(#5).

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Exercício 5: Saiba a ordem do aparecimento das alterações nas escalas maiores.

Sustenidos (em quintas) → F# – C# – G# – D# – A# – E# – B#

Bemóis (em quartas) → Bb – Eb – Ab – Db – Gb – Cb – Fb

C maior – sem alteração

G e F maior – 1 alteração. Em G maior o Fá é sustenido (F#). Em F maior o Si é bemól (Bb).

D e Bb maior – 2 alterações. (D maior – F# e C# | Bb maior – Bb e Eb).

E assim por diante.

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Macete 5: Relação de proximidade entre acordes.

C7 movendo apenas a tônica ½ tom para cima→ C#o

C7M movendo apenas a tônica ½ tom para cima→ C#m7(b5)

Cm7 movendo apenas a tônica ½ tom para cima→ Eb7 (tônica na terça de Cm7).

C7M(#5) movendo apenas a tônica ½ tom para cima→ C#m7

Cm7(b5) movendo apenas a tônica ½ tom para cima→ Ebm7 (tônica na terça de Cm7(b5)).

O mesmo pode ser aplicado para os outros intervalos do acorde (terça, quinta e sétima). Essas relações também podem ser invertidas.

Exemplo:

C#o movendo apenas a tônica ½ tom para baixo→ C7

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Exercício 6: O trítono pode ser resolvido tanto na forma ascendente quanto descendente.

Exemplo:

Saiba então a tônica dos acordes de resolução.

Motivos:

Dessa forma você saberá resolver os trítonos presentes nos encadeamentos harmônicos.
Poderá encontrar opções diferentes nas resoluções das cadências (substituições).

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Macete 6: Saiba a relação de proximidade entre as escalas musicais.

A escala menor melódica tem as mesmas notas da escala maior com a terça ½ tom abaixo.

Ex: C Maior→ C D E F G A B

Reduzindo a terça ½ tom→ C D Eb F G A B = C menor melódica.

A escala alterada tem as mesmas notas da escala maior com a tônica ½ tom acima.

Ex: C Maior→ C D E F G A B

Aumentando a tônica ½ tom→ C# D E F G A B = C# alterada.

A escala maior harmônica tem as mesmas notas da escala maior com a sexta ½ tom abaixo.

Ex: C Maior→ C D E F G A B

Reduzindo a sexta ½ tom→ C D E F G Ab B = C maior harmônica.

Procure esses tipos de relações com todas as escalas.

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Exercício 7: Saiba as notas características de cada modo grego.

Motivos:

Através das notas características a intenção modal é construída.
É possível identificar a relação de proximidade de cada modo com a escala de referência.
Ajuda a escolher o melhor modo para improvisar sobre um determinado acorde.
Possibilita a construção de harmonias modais.
Possibilita a construção de riffs modais.

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Macete 7: Quando deslocamos uma escala ½ tom para baixo ou para cima deslocamos os acidentes da mesma forma.

½ tom para baixo→ dobrado sustenido vira sustenido, sustenido vira natural, natural vira bemól e bemól vira dobrado bemól.

½ tom para cima→ dobrado bemól vira bemól, bemól vira natural, natural vira sustenido e sustenido vira dobrado sustenido.

Observe em Dó maior:

C Maior→ C D E F G A B

Cb Maior→ Cb Db Eb Fb Gb Ab Bb

C# Maior→ C# D# E# F# G# A# B#

Dessa forma você consegue achar rapidamente qualquer escala, veja os exemplos:

1 – Sabendo a escala de G maior (G A B C D E F#), qual é a escala de Gb maior?

Gb maior terá as mesmas notas com a redução das alterações. As naturais viram bemól e o sustenido vira natural→ Gb Ab Bb Cb Db Eb F.

2 – Sabendo a escala de F maior (F G A Bb C D E), qual é a escala de F# maior?

F# maior terá as mesmas notas com a ampliação das alterações. As naturais viram sustenido e o bemól vira natural→ F# G# A# B C# D# E#.

Você também pode pensar de forma enarmônica, veja abaixo:

1 – Qual é a escala de F# maior?

Como a escala de F# maior é enarmônica (mesma nota) da escala de Gb maior, ela terá as mesmas notas. Sabendo que a escala de G maior é: G A B C D E F#, a escala de Gb será: Gb Ab Bb Cb Db Eb F. Para achar as notas de F# maior basta então pensar de forma enarmônica: F# G# A# B C# D# E#.

Observe abaixo a relação entre os acidentes das escalas maiores:

Essa lógica se aplica para qualquer escala, independente da sua origem.

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Exercício 8: Saiba dividir o tempo em 1, 2, 3 e 4 partes e estude todas as combinações possíveis dentro dessas divisões incluindo pausas e soma de notas (células rítmicas).

Motivos:

Poder controlar e conseguir executar com perfeição o rítmo de uma música.
Ter um vocabulário rítmico rico para compor e improvisar.
Aumentar a precisão rítmica para tocar em sincronia com outros músicos.

Observe as divisões no quadro abaixo (semínima como unidade de tempo). Cada célula rítmica é analisada ao lado de forma númerica, as pausas são representadas por _ e a soma das notas por um ligado.

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Macete 8: Compatibilidade entre notas e acordes.

Quais acordes do tipo T7M funcionam com a nota Dó?

A nota Dó pode fazer parte da estrutura do acorde ou ser uma tensão compatível posicionada 1 tom acima das notas do acorde. Então a nota Dó será…

Tônica do acorde de C7M.
Terça maior do acorde de Ab7M.
Quinta justa do acorde de F7M.
Sétima maior do acorde de Db7M

Ou como tensão compatível…

Nona maior do acorde de Bb7M(9).
Décima primeira aumentada do acorde de Gb7M(#11).
Décima terceira maior do acorde de Eb7M(13).

Então a nota Dó funcionará bem com os acordes T7M com tônicas em:

C Db Eb F Gb Ab Bb

As soluções formam a escala de C Lócrio, então a mesma lógica pode ser aplicada para outra nota.

Por exemplo:

Quais acordes do tipo T7M funcionam com a nota Sol?

Pense em G Lócrio: G Ab Bb C Db Eb F

Então os acordes serão: G7M | Ab7M | Bb7M | C7M | Db7M | Eb7M | F7M

Observe no quadro abaixo os macetes utilizando outras funções de acordes:

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Exercício 9: Treine seu ouvido para identificar cada um dos intervalos musicais. Existem várias maneiras para memorizar o som de cada um, procure um método que seja natural e dedique tempo para estudá-lo.

Motivos:

Conseguir aprimorar o ouvido para transcrever melodias.
Conseguir aprimorar o ouvido para transcrever harmonias.
Identificar as intenções modais.
Identificar a relação entre as notas da melodia e a harmonia.
Compreender a construção de uma melodia usando o ouvido.

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Macete 9: As soluções modais para um acorde podem ser encontradas nos intervalos ao redor da tônica desse acorde.

Por exemplo: Acorde de C

Podemos usar sobre esse acorde as escalas maiores de…

C maior→ Jônico
G maior→ Lídio
F maior→ Mixolídio

Observe no desenho abaixo essas soluções em torno da tônica do acorde (mesma posição do Jônico):

Exemplo 2: Acorde de Am (relativa menor de C)

Podemos usar sobre esse acorde as escalas maiores de…

C maior→ Aeólio
G maior→ Dórico
F maior→ Frígio

Observe no desenho abaixo essas soluções em torno da tônica do acorde:

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